— Gabriel, você tem ideia do que está dizendo? O que eu carrego no meu ventre é seu filho! Seu próprio sangue! E você tem a coragem de me dizer que quer que eu o tire? — Helena gritou, a voz embargada pela dor e pela incredulidade.
Gabriel ergueu o olhar, o rosto inexpressivo, tão frio quanto uma máquina desprovida de qualquer sentimento:
— Para ser exato, isso ainda não é uma criança. Ainda nem completou um mês. É apenas um conjunto de células.
Os lábios finos dele se moveram com suavidade, mas as palavras que saíram eram impiedosas como uma lâmina.
— Células? — Helena repetiu, incrédula com a crueldade do que ouvia. Ela balançou a cabeça e deu alguns passos para trás, como se precisasse escapar daquela realidade. — Gabriel, é o seu filho! Como você pode dizer isso?
— Filho? Que filho?
Antes que Helena pudesse responder, os amigos de Gabriel entraram pela porta, trazendo a conversa a um abrupto silêncio. Ao ver o rosto devastado de Helena, com os olhos vermelhos e as lágrimas escorren