Capítulo 4

Maya Reis

Ficamos mais um tempo ali para aproveitar a piscina antes de ir almoçar. A comida desse lugar é ótima, Marcos e eu não poupamos elogios. Não me importei de exagerar um pouco. Quando voltar, tenho que focar na academia. Tem um tempinho que eu não vou a uma academia. Isso porque tem uma no meu prédio. Marcos começou a me contar um pouco mais sobre sua vida na Rússia. Ele morava na capital em Moscou.

— Você já esteve lá?

— Eu nunca fui. — Faço um gesto de cabeça negando. — Para falar a verdade estarei lá semana que vem a trabalho.

Christian tem uma festa e uma reunião para ir.

— Assim não vale! — Marcos me olha sério. — Temos que resolver isso longo. Quando serão suas férias? Podemos passar alguns dias na minha casa, ainda mantenho ela lá.

Olho para ele surpresa. Ele está me convidando para ir para Moscou com ele? Férias, casal, clima romântico… Quando comecei a ficar tão melosa assim? Mas não tem como negar que gostei da ideia.

— Você está falando sério?

Ele riu.

— É claro, Mayra. — Marcos segura minha mão por cima da mesa. — Você vai adorar. Sem trabalho, aproveitando a cidade sem nenhuma preocupação. Será ótimo esse tempo para nós. Você não acha?

Sorri com seu entusiasmo.

— Sim, eu acho. Vamos sim!

O resto da tarde caminhamos pela praia. Uma vista bem linda, deveria ter vindo aqui antes. É um ótimo lugar para descansar. À noite assistimos a um show ao vivo. Quando voltamos para o quarto fui a primeira a tomar banho e quando Marcos foi, eu fiquei deitada na cama mexendo no celular. Meu querido amigo está quieto demais. Será que devo me preocupar? Sempre! Resolvi mandar uma mensagem para Christian.

"O que você está fazendo é permitido para menores de dezoito anos?" — Mayra

Após enviar a mensagem, postei a foto que Marcos tirou de mim nos meus status. A foto ficou ótima e disfarçou os meus quilos a mais. Apareceu a notificação do Christian. Abrir a mensagem.

"Estou assistindo a filme e estou pronto para dormir." — Christian.

Ele também me enviou uma foto. Eu ri. Christian estava usando o pijama que dei para ele. Comprei dois pijamas de dinossauro com direito a touca e rabo. Dei para ele como presente de aniversário. Sempre que ele dormia em casa ou eu dormia na sua, a gente usava. Christian não tinha frescura alguma, ele até fazia skin care comigo. Isso não atinge em nada a sua masculinidade.

"Eu não acredito! Pensei que você só usava quando estava comigo." — Mayra.

"Uso algumas vezes… É confortável e deixa as minhas bolas respirarem." — Christian.

Mandei três carinhas revirando os olhos.

"E eu pensando que você está sentindo minha falta." — Mayra.

"Até que estou, acredita? Era para você estar nesse exato momento me dizendo para não fazer tal coisa e eu ia teimar e iria fazer" — Christian.

Eu ri mais ainda. Ele falou a verdade. Quase sempre acontece isso.

"Mas decidi dar uma folga para você. Segunda-feira vou matar a saudades." — Christian.

Ele me mandou um coração. Às vezes dá vontade de apertar as bochechas do Christian e mandar ele parar de ser tão fofo. É sempre difícil lidar com esse homem, seja em momentos bons ou estressantes.

"Nossa!!! Está gostosa em Mayra. Olha o tamanho dessas coxas." — Christian.

E às vezes dar vontade de dar uns socos em seu rosto. Ele comentou a minha foto que postei nos status.

"É biquíni novo? Eu já falei que você tem belos seios?" — Christian.

Ele mandou uns emojis babando.

"Boa noite, Christian!"

Bloqueio meu celular e o deixo de lado. Fim de conversa com ele. Segundos depois Marcos sai do banho, ele apaga as luzes e vem deitar comigo. Arrumei a coberta para nos cobrir. Deito minha cabeça em seu peito e ele faz carinho em meu cabelo.

— Está com você tem sido muito bom, Mayra.

Eu sorri.

— Posso dizer o mesmo. — Olho para ele.

Marcos sorriu também e me beijou. Coloquei minha perna entre as suas. Está sendo muito bom estar com ele, esses momentos estão dando um gás a mais na minha vida. Uma coisa para pensar sem ser trabalho. Marcos mordeu meu lábio e me fez deitar na cama, logo vindo por cima de mim. Nós nos beijamos com mais desejo.

Marcos começou a tirar a minha roupa e eu o ajuda a fazer o mesmo com as suas. Quando essas peças deixaram de ser um problema para nós, pudemos explorar novamente o corpo um do outro.

[...]

Hoje o dia está lindo e fico triste em pensar que hoje é o nosso último dia aqui, mas o bom é que conseguimos aproveitar bastante. Tenho trabalhado direto e tido pouco tempo para distrair a mente, nem com Christian tenho saído como antes. E mesmo sendo meu pouco tempo, foi bom ter vindo. Nos permitimos acordar um pouco mais tarde e na hora do almoço optamos por comer frutos-do-mar.

— Me diz que já podemos marcar a próxima? — Marcos enche o seu copo com suco. — Não quero parecer um louco apaixonado, mas é o que você vem me causando.

Eu sorri envergonhada.

— Marcos, não fale assim…

— Não quer que eu fale a verdade? — Ele pegou minha mão em cima da mesa. — Sei que estamos no começo, mas é um começo muito bom.

Eu sorri.

— Concordo com você.

Ele sorriu mais. As coisas estão fluindo muito bem entre a gente. Almoçamos em um clima muito bom. Hoje a gente preferiu não fazer os passeios programados do resort. Já que é nosso último dia aqui, voltamos para o quarto para passar mais um tempinho junto.

— Que tal assistirmos a filme? — Marcos sugeriu.

Sorri concordando. Sentei no sofá e acabei olhando para a mesinha de centro onde tem um pequeno vaso quadrado de decoração. Está torto. Me mexi desconfortável no sofá e quando Marcos foi colocar o filme ajeitei o vaso. Nosso primeiro dia aqui, assim que Marcos entrou no banheiro, eu aproveitei para ajeitar todo o lugar. Tenho uma mania de limpeza, digamos um pouco de TOC. 

Tudo controlado, nada preocupante.

Um quadro na parede estava me incomodando e por mais que tentasse ajeitar ele sempre ficava torto. Senti uma leve tremedeira na mão, resolvi tirar aquele quadro dali e coloquei ele debaixo da cama. Assim não ficaria torto na parede e eu não iria ficar vendo. Voltei a sentar no sofá.

— Um terror, hein? — Marcos senta ao meu lado. — Dizem que esse é muito bom.

Apenas sorri, concordando. Filme de terror não é um dos meus favoritos, mas ele está bem animado para assistir. Passei metade do filme de olho fechado e a outra metade olhando qualquer canto que não fosse a tela da televisão. Foi difícil, mas consegui.

Quando o filme acabou, o Marcos me abraçou mais forte e beijou a minha cabeça.

— Tem uma outra coisa que podemos fazer agora. — Ele diz malicioso. — Aposto que você vai gostar.

Depois daquele filme horrível eu faria qualquer coisa para sair daquela sala, fui a primeira a levantar e puxar ele.

— Acho que sei o que é. — Segurei em sua mão e fomos para o banheiro. — Precisamos de um banho. Podemos fazer naquela banheira maravilhosa.

— Opa! — Marcos passou na minha frente e abriu a porta do banheiro. — Primeiro as damas.

Sorri para ele e entrei no banheiro.

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