O silêncio paira entre nós, enquanto os sons da movimentada vida do zoológico ecoam ao nosso redor. Depois de um longo tempo, decido quebrar o silêncio e trazer à tona uma pergunta que vinha martelando em minha mente.
— Como é para os híbridos o envelhecimento? – Minha voz sai hesitante, refletindo minha curiosidade e ansiedade.Olivia me olha por um momento, como se estivesse grata por eu não ter perguntado sobre sua própria transformação. Ela suspira profundamente antes de responder.— Quando o Shane nasceu, fiquei muito preocupada com esse assunto. Procurei diversos lobos anciões e até mesmo alguns vampiros em busca de respostas. Temia que Shane fosse um bebê para sempre, ou pior, que não sobrevivesse, por ser fruto da gestação de uma vampira e de um lobo Alfa. – Ela revela, sua expressão séria e olhar distante.Olivia fica em silêncio por um momento, como se estivesse revivendo lembranças antigas em sua mente.— Depois de muitos meses— Espera, eu quero ver os leões! – Minha voz é frustrada ao passar pelo hábitat.— Nós não estamos aqui em um passeio ou excursão. Na verdade, você nem tem autorização para sair de perto da alcatéia! – Sua voz é irritada, Olivia dá uma risada nervosa ao ver alguns policiais.Meus passos param ao ver um rosto conhecido entre os policiais. — Vamos Hanna, não podemos nos demorar! – A voz de Olivia soa mais alta e nervosa que o habitual, atraindo a atenção do grupo de policiais.Entre o grupo de policiais fardados, destacava-se um homem vestido com roupas civis, sua camisa azul escuro de manga comprida harmonizava com o uniforme dos seus colegas. Os botões da gola estavam desabotoados, revelando uma parte da sua tatuagem. Seus olhos eram ocultos por óculos escuros, e em sua mão segurava um copo de café da lanchonete do zoológico. Seu cabelo exibia um topete meticulosamente alinhado, repelido para trás pelo gel.— Hanna... – Sua voz rouca soo
— Shane, eu... – Tento falar, mas ele me interrompe com seu olhar sombrio.— Em casa nós conversamos, Hanna. – Sua voz soa tão fria que arrepia todos os pelos da minha nuca.Olho para Olivia em busca de apoio, mas a vampira está tão perdida quanto eu. Seu rosto está pálido, assustado.— Catharina, acompanhe Olivia e as crianças até em casa e depois pode tirar o resto do dia de folga. – Shane diz calmamente, dirigindo-se à babá. – Certifique-se de que Olivia e as crianças não sairão de perto da alcatéia.A mulher me lança um olhar hesitante, como se estivesse em conflito com as ordens do Alfa. Tranquilizo-a com um aceno de cabeça, ela suspira, pegando Sebastian no colo; o pequeno está exausto, dormindo profundamente.— Boa sorte. – Olivia sussurra em meu ouvido enquanto me abraça. – Peço desculpas por tudo isso, não pensei que seríamos pegas.— Tudo bem... Apenas leve as crianças para casa e fique de olho nelas. – Respondo com um sorriso nervoso.A loira solta um longo suspiro antes de
A cada duas décadas, sob a primeira lua cheia do ano, o Alfa parte em busca de sua parceira ideal para perpetuar sua linhagem. As jovens fêmeas de todas as alcateias se preparam durante todo o ano para esse momento, ansiosas para atrair o Alfa com seus aromas e essências da alma. No entanto, nem todas serão escolhidas; apenas aquelas com o aroma que desperta o interesse do Alfa serão selecionadas para a reprodução. Durante décadas, os Alfas buscaram incansavelmente em todos os cantos, inclusive no mundo humano, pela fêmea perfeita para carregar sua descendência. Durante essa noite única, os lobos têm permissão para explorar o mundo humano em busca de sua nova companheira, enquanto os Alfas procuram pela mulher que dará continuidade à sua linhagem. Eu desconhecia essas regras até encontrá-lo, até ser obrigada a me tornar sua. Desde o primeiro instante, percebi que ele era único, algo estava fora do comum. Ele se destacava dos outros homens, seja por sua postura, sua voz ou seu modo d
Sete Anos AntesWinnipeg, Canadá.— Parabéns, Hanna! – Isaac grita, pulando em cima de mim, e nós dois caímos no chão, atraindo olhares curiosos no parque. Me levanto entre risadas; ele era o melhor de todos, o melhor amigo que poderia ter.— Já sabe como vai comemorar sua aceitação em Oxford? – Ele sorri malicioso, estragando seus cabelos. – Você e o Liam vão fazer um bacanal? Safada!Dou um tapa em seu braço, e Isaac gargalha ao perceber minhas bochechas corarem. Seus olhos me encaram brincalhões.— Este é um belo presente de aniversário, não acha? Logo um dia antes do meu aniversário, recebo o e-mail de aceitação! – Sorrio emocionada, ele bagunça meu cabelo. – Sinceramente, não estou acreditando nisso tudo.Seus olhos negros me encaram com emoção; Isaac me conhecia a vida inteira, éramos inseparáveis. Tê-lo torcendo por mim era um dos motivos para não desistir, ainda mais agora que as coisas entre Liam e eu andavam estranhas.— Pode se orgulhar, você é muito inteligente, e agora es
Sete Anos AntesWinnipeg, Canadá.— Achei você! – Kendall diz encostando sua mão em meu ombro.— Mais uma dose de whisky, por favor. – Digo ao barman que assente com a cabeça.Kendall se senta ao meu lado suspirando cansada, seus olhos verdes me observavam com preocupação. Suas mãos tocam meu rosto me fazendo olha-la.— Te procurei o dia inteiro pela cidade. Estou preocupada com você. – Ela acaricia minha bochecha suavemente.Volto a olhar para frente, meus olhos se fixam no relógio da parede que marcava meia noite, minha risada amarga a causa confusão. O garçom me entrega a bebida, agradeço com um sorriso cansado.— Já é meia noite. Sabe que dia é hoje? – A olhei sem expressão facial.— Parabéns, Hanna. – Sua voz é tímida, envergonhada. Kendall levanta um braço chamando o barman, a encaro sem entender.— Você não costuma beber. – Digo confusa.— Bem, já que você não vai embora, irei te acompanhar. – Seu sorriso é tímido. – Ninguém merece ficar bêbedo e solitário em seu próprio aniver
AtualmenteWinnipeg, Canadá.— Uau, aqui é tão frio. – Simon esfrega suas mãos, protegidas por luvas.Seus olhos azuis escuros brilham enquanto ele observa a paisagem pela janela do carro, segurando firmemente seu ursinho de pelúcia.— Mamãe, mamãe! – Sebastian puxa meu casaco, tentando chamar minha atenção. – Vamos parar ali, é uma lanchonete! Estou com fome!Olho para ele pelo retrovisor, lançando-lhe um olhar severo. Sebastian volta ao seu lugar, ao lado do irmão.— Você sabe das regras, mano. Não pode fazer isso com a mamãe dirigindo! – Scott fala, entregando a Sebastian seu pacote de cookies. – Toma, sabia que você ia continuar com fome e por isso não comi.Sebastian sorri para o irmão, seus olhos cor de mel brilham animados com os cookies.— Obrigado, Scott! – Sebastian diz com a boca cheia de biscoitos. Tenho que me controlar para não rir.— Não fale de boca cheia, você vai se engasgar! – Scott diz em um tom de desaprovação.Às vezes, me surpreendia com sua personalidade adulta
— Chega de videogame, crianças! — Minha voz soa suave, enquanto bagunço o cabelo de Sebastian com carinho. — Vamos lá, os três, escovar os dentes e para a cama!— Mas mamãe, eu acabei de passar de fase! — Sebastian resmunga, seus olhos adoravelmente brilhantes de contrariedade.— Amanhã têm aula cedo, não quero que acordem tarde. — Minha expressão torna-se séria, e os pequenos suspiram frustrados.Havia se passado um mês desde nossa mudança, e as crianças finalmente estavam se adaptando à diferença de horário e clima. Pela primeira vez em muito tempo, eu começava a me sentir estável, como se as coisas estivessem finalmente se encaixando.Observo os pequenos subirem a escada resmungando, seus pezinhos fofos calçados com pantufas arrancando um sorriso de ternura de meus lábios.Suspiro ao ouvir o alerta da câmera de segurança na entrada. Ao abrir o aplicativo, uma mensagem me informa que detectou alguém parado em minha porta. Um arrepio percorre minha espinha ao verificar as imagens e n
O terror me envolve quando seus olhos mudam drasticamente, abandonando sua humanidade para revelar algo sombrio, algo que não pertence a este mundo.— O que... o que é você? – Minha voz sai em um sussurro trêmulo, recuando um passo instintivamente.O homem sorri de forma sinistra, avançando lentamente na minha direção. Seus olhos continuam a se transformar, acompanhados por mudanças grotescas em seu rosto. Um arrepio percorre minha espinha ao ver longas presas surgirem em sua boca.— Você... Você não é humano, não é? – Tento manter minha voz firme, embora minhas pernas tremam. – Diga-me, criatura. O que você é?Retrocedo, entrando na sala. Minha perna esbarra na poltrona, obrigando-me a dobrá-la para frente. Antes que eu caia no chão, o homem avança rapidamente e segura meu corpo.— Oh, minha querida, eu sou uma criatura antiga. Um ser que habita estas terras a mais tempo que se possa contar, muito antes do seu nascimento. – Sua voz é dis