A cada duas décadas, sob a primeira lua cheia do ano, o Alfa parte em busca de sua parceira ideal para perpetuar sua linhagem. As jovens fêmeas de todas as alcateias se preparam durante todo o ano para esse momento, ansiosas para atrair o Alfa com seus aromas e essências da alma. No entanto, nem todas serão escolhidas; apenas aquelas com o aroma que desperta o interesse do Alfa serão selecionadas para a reprodução. Durante décadas, os Alfas buscaram incansavelmente em todos os cantos, inclusive no mundo humano, pela fêmea perfeita para carregar sua descendência. Durante essa noite única, os lobos têm permissão para explorar o mundo humano em busca de sua nova companheira, enquanto os Alfas procuram pela mulher que dará continuidade à sua linhagem. Eu desconhecia essas regras até encontrá-lo, até ser obrigada a me tornar sua. Desde o primeiro instante, percebi que ele era único, algo estava fora do comum. Ele se destacava dos outros homens, seja por sua postura, sua voz ou seu modo d
Sete Anos AntesWinnipeg, Canadá.— Parabéns, Hanna! – Isaac grita, pulando em cima de mim, e nós dois caímos no chão, atraindo olhares curiosos no parque. Me levanto entre risadas; ele era o melhor de todos, o melhor amigo que poderia ter.— Já sabe como vai comemorar sua aceitação em Oxford? – Ele sorri malicioso, estragando seus cabelos. – Você e o Liam vão fazer um bacanal? Safada!Dou um tapa em seu braço, e Isaac gargalha ao perceber minhas bochechas corarem. Seus olhos me encaram brincalhões.— Este é um belo presente de aniversário, não acha? Logo um dia antes do meu aniversário, recebo o e-mail de aceitação! – Sorrio emocionada, ele bagunça meu cabelo. – Sinceramente, não estou acreditando nisso tudo.Seus olhos negros me encaram com emoção; Isaac me conhecia a vida inteira, éramos inseparáveis. Tê-lo torcendo por mim era um dos motivos para não desistir, ainda mais agora que as coisas entre Liam e eu andavam estranhas.— Pode se orgulhar, você é muito inteligente, e agora es
Sete Anos AntesWinnipeg, Canadá.— Achei você! – Kendall diz encostando sua mão em meu ombro.— Mais uma dose de whisky, por favor. – Digo ao barman que assente com a cabeça.Kendall se senta ao meu lado suspirando cansada, seus olhos verdes me observavam com preocupação. Suas mãos tocam meu rosto me fazendo olha-la.— Te procurei o dia inteiro pela cidade. Estou preocupada com você. – Ela acaricia minha bochecha suavemente.Volto a olhar para frente, meus olhos se fixam no relógio da parede que marcava meia noite, minha risada amarga a causa confusão. O garçom me entrega a bebida, agradeço com um sorriso cansado.— Já é meia noite. Sabe que dia é hoje? – A olhei sem expressão facial.— Parabéns, Hanna. – Sua voz é tímida, envergonhada. Kendall levanta um braço chamando o barman, a encaro sem entender.— Você não costuma beber. – Digo confusa.— Bem, já que você não vai embora, irei te acompanhar. – Seu sorriso é tímido. – Ninguém merece ficar bêbedo e solitário em seu próprio aniver
AtualmenteWinnipeg, Canadá.— Uau, aqui é tão frio. – Simon esfrega suas mãos, protegidas por luvas.Seus olhos azuis escuros brilham enquanto ele observa a paisagem pela janela do carro, segurando firmemente seu ursinho de pelúcia.— Mamãe, mamãe! – Sebastian puxa meu casaco, tentando chamar minha atenção. – Vamos parar ali, é uma lanchonete! Estou com fome!Olho para ele pelo retrovisor, lançando-lhe um olhar severo. Sebastian volta ao seu lugar, ao lado do irmão.— Você sabe das regras, mano. Não pode fazer isso com a mamãe dirigindo! – Scott fala, entregando a Sebastian seu pacote de cookies. – Toma, sabia que você ia continuar com fome e por isso não comi.Sebastian sorri para o irmão, seus olhos cor de mel brilham animados com os cookies.— Obrigado, Scott! – Sebastian diz com a boca cheia de biscoitos. Tenho que me controlar para não rir.— Não fale de boca cheia, você vai se engasgar! – Scott diz em um tom de desaprovação.Às vezes, me surpreendia com sua personalidade adulta
— Chega de videogame, crianças! — Minha voz soa suave, enquanto bagunço o cabelo de Sebastian com carinho. — Vamos lá, os três, escovar os dentes e para a cama!— Mas mamãe, eu acabei de passar de fase! — Sebastian resmunga, seus olhos adoravelmente brilhantes de contrariedade.— Amanhã têm aula cedo, não quero que acordem tarde. — Minha expressão torna-se séria, e os pequenos suspiram frustrados.Havia se passado um mês desde nossa mudança, e as crianças finalmente estavam se adaptando à diferença de horário e clima. Pela primeira vez em muito tempo, eu começava a me sentir estável, como se as coisas estivessem finalmente se encaixando.Observo os pequenos subirem a escada resmungando, seus pezinhos fofos calçados com pantufas arrancando um sorriso de ternura de meus lábios.Suspiro ao ouvir o alerta da câmera de segurança na entrada. Ao abrir o aplicativo, uma mensagem me informa que detectou alguém parado em minha porta. Um arrepio percorre minha espinha ao verificar as imagens e n
O terror me envolve quando seus olhos mudam drasticamente, abandonando sua humanidade para revelar algo sombrio, algo que não pertence a este mundo.— O que... o que é você? – Minha voz sai em um sussurro trêmulo, recuando um passo instintivamente.O homem sorri de forma sinistra, avançando lentamente na minha direção. Seus olhos continuam a se transformar, acompanhados por mudanças grotescas em seu rosto. Um arrepio percorre minha espinha ao ver longas presas surgirem em sua boca.— Você... Você não é humano, não é? – Tento manter minha voz firme, embora minhas pernas tremam. – Diga-me, criatura. O que você é?Retrocedo, entrando na sala. Minha perna esbarra na poltrona, obrigando-me a dobrá-la para frente. Antes que eu caia no chão, o homem avança rapidamente e segura meu corpo.— Oh, minha querida, eu sou uma criatura antiga. Um ser que habita estas terras a mais tempo que se possa contar, muito antes do seu nascimento. – Sua voz é dis
— Devolva meus filhos agora, ou eu chamo a polícia! – Minha voz tremia, mas eu tentava manter a determinação em minhas palavras.— Nada do que você fizer irá me deter. Você já cumpriu seu papel, os filhotes são meus. – Ele ri, dando de ombros com desdém.— Eles não são filhotes, são meus filhos! Eu não vou deixar você levá-los embora! – Grito, as lágrimas começando a escorrer pelo meu rosto.— Você deveria se orgulhar. Entre todas as fêmeas, eu a escolhi para carregar a continuação da minha linhagem poderosa. – O homem suspira impaciente, olhando-me com pena.Fico confusa, sem entender suas palavras e por que ele insiste em dizer que me escolheu.— Do que você está falando? Nós mal nos conhecemos! Aquela noite foi a primeira vez que você me viu. – Questiono, perplexa.Ele sorri, virando-se para mim.— Eu a observei por meses, Hanna. Nada foi coincidência. Eu a escolhi. – Sua voz é sarcástica, seus olhos brilham com a luz
Ele ri suavemente, como se minha incredulidade fosse apenas um detalhe sem importância.— Não, Hanna, não sou louco. Sou apenas um ser que segue as regras ancestrais do nosso mundo. E você, minha querida, foi a escolhida para desempenhar um papel crucial em minha linhagem. – Ele se aproxima lentamente, seu olhar penetrante perfurando o meu. – Agora que cumpriu sua parte, é hora de assumir seu destino. Aceitar que seu papel foi cumprido, que os filhotes agora devem ficar comigo.Eu recuo mais um passo, meu coração martelando em meu peito, clamando por uma fuga que eu sabia ser impossível.— Eu não entendo... Deixe-me ficar com os meus meninos. – Murmuro, lutando para processar tudo o que ele está dizendo. – O que você quer de mim? De nós?Ele sorri de maneira sombria, como se soubesse que sua revelação tinha abalado minha compreensão do mundo.— O que eu quero? – Ele repete, saboreando minhas palavras. – Eu quero meus herdeiros, Hanna. E