— Oh, Shane, não é nada demais, eu juro! – Olivia responde rapidamente, tentando disfarçar o nervosismo em sua voz. – Hanna apenas não queria que você soubesse sobre um pequeno problema que tivemos com o vestido.
Shane franze o cenho, claramente desconfiado.— Que tipo de problema? – Ele pergunta, seus olhos fixos em nós dois, como se estivesse tentando ler nossas mentes.Olivia olha para mim, como se buscasse aprovação para o que estava prestes a dizer.— Houve um pequeno erro na costura das flores, e estamos preocupadas que isso possa afetar a data da cerimônia de união. – Ela explica, sua voz soando mais firme agora que já havia pensado em uma desculpa. – Hanna estava apenas tentando evitar te preocupar antes de termos uma solução definitiva.— Entendo... – Shane murmura, parecendo contemplativo. Seus olhos percorrem o vestido em busca do suposto defeito, mas não conseguem identificar nada. – Bem, precisamos resolver isso o mais rápidEu continuo olhando para Olivia, ainda atordoada com a revelação. Shane, o bebê de Olivia? Isso era tão inesperado quanto perturbador. A ideia de que ele era o resultado de uma tragédia tão terrível, ainda mais complicada por sua relação comigo, me deixava sem palavras.— Isso é... incrível e horrível ao mesmo tempo. – Murmuro, tentando processar tudo.Olivia solta minha bochecha e suspira profundamente.— Sim, é uma história complicada e dolorosa. Mas você precisa entender que Shane não é o responsável por isso. Ele cresceu na alcatéia, foi criado pelos lobos, e o trauma do passado moldou quem ele é hoje. – Ela explica, seus olhos transmitindo compaixão.Eu assinto lentamente, absorvendo suas palavras. Era difícil reconciliar a imagem de Shane que eu tinha com essa nova perspectiva. Mas, ao mesmo tempo, explicava muitas coisas sobre seu comportamento e personalidade.— Sei que Shane pode ser um completo idiota quando lhe convém... Ainda
— Me coloque de volta no chão! – Gritei, chutando seu peito. Shane me ignorou completamente, enquanto meus gritos atraíam a atenção da alcatéia. – Alguém me ajuda, esse homem é louco!Supliquei ao ver um grupo de jovens nos observando atentamente. A alcatéia habitava os terrenos montanhosos, na floresta no limite de Winnipeg. Era como uma pequena cidade própria, com casas, estradas e estabelecimentos. Quem habitava esse lugar mal sentia a diferença entre a sociedade humana e a alcatéia de lobos. As únicas diferenças eram comportamentais; agiam seguindo a hierarquia e alguns costumes antigos da humanidade ainda existiam ali, como, por exemplo, ninguém se meter no relacionamento alheio e respeitar a autoridade de Shane. Em termos antigos humanos, Shane seria uma espécie de coronel, xerife da cidade, alguém que todos temiam e respeitavam, alguém a quem obedeciam sem questionar. E por isso, ninguém me ajudou. Desisti de gritar, minha garganta já estava ardendo como se eu bebesse lava, e m
— Mamãe, você tem que tomar cuidado! – Scott me entrega uma xícara de chá, seus pequenos olhos estavam preocupados. – Não acha que já foi ao hospital muitas vezes desde que o papai apareceu?Sua fala deixa meu coração apertado, eu estava o deixando tão preocupado esses últimos tempos. Estava sendo uma péssima mãe.— Ei garotão, que tal você ir brincar com os seus irmãos e deixar sua mãe e eu termos uma conversa? – Olivia diz, intervindo em meu constrangimento. A lancei um olhar de gratidão, ela sorri dando uma piscadela.— Não vá brigar com ela. – O tom receoso de Scott aperta meu coração. Olivia percebe meu desconforto, abaixando para acariciar o rosto de Scott e bagunçar seu cabelo em seguida.— Não sei da onde tirou essa ideia, mas sua mãe é minha amiga e nós não vamos brigar. – Ela diz, em um tom doce.— É que a mamãe e o papai vivem brigando... Os meninos no parquinho disseram que o papai a jogou no rio. – Scott cruza seus braços, olhando para Olivia com uma expressão questionad
— Eu não sei se consigo. – Disse, entre um suspiro, segurando meus joelhos.O conteúdo em meu estômago ameaçava sair. sentia meu corpo travar uma batalha para não ceder aos instintos de expulsar todo o conteúdo de meu estômago, iniciando uma nojenta e suja cena.— Vamos, Hanna! – Olivia bateu em meu ombro, puxando meu corpo, me forçando a ficar de pé novamente. – Você não consegue caçar ou pegar humanos para beber seu sangue, esse é o único jeito que sobrou!Olivia puxa meu cabelo com brutalidade, o movimento faz minha cabeça ir para trás e meu pescoço se alongar, a loira coloca novamente a taça de vidro em minha boca despejando o líquido por completo em minha boca. O líquido, ainda quente, descia pela minha garganta, algumas gotas caiam para fora da minha boca molhando meu pescoço. Me debatia tentando me soltar, mas sua mão segurava meu cabelo com firmeza.— Que nojo! – Gritei quando ela finalmente me soltou. – Droga, acho que vou vomitar.— Não faça isso ou terei que matar outro ch
O silêncio paira entre nós, enquanto os sons da movimentada vida do zoológico ecoam ao nosso redor. Depois de um longo tempo, decido quebrar o silêncio e trazer à tona uma pergunta que vinha martelando em minha mente.— Como é para os híbridos o envelhecimento? – Minha voz sai hesitante, refletindo minha curiosidade e ansiedade.Olivia me olha por um momento, como se estivesse grata por eu não ter perguntado sobre sua própria transformação. Ela suspira profundamente antes de responder.— Quando o Shane nasceu, fiquei muito preocupada com esse assunto. Procurei diversos lobos anciões e até mesmo alguns vampiros em busca de respostas. Temia que Shane fosse um bebê para sempre, ou pior, que não sobrevivesse, por ser fruto da gestação de uma vampira e de um lobo Alfa. – Ela revela, sua expressão séria e olhar distante.Olivia fica em silêncio por um momento, como se estivesse revivendo lembranças antigas em sua mente.— Depois de muitos meses
— Espera, eu quero ver os leões! – Minha voz é frustrada ao passar pelo hábitat.— Nós não estamos aqui em um passeio ou excursão. Na verdade, você nem tem autorização para sair de perto da alcatéia! – Sua voz é irritada, Olivia dá uma risada nervosa ao ver alguns policiais.Meus passos param ao ver um rosto conhecido entre os policiais. — Vamos Hanna, não podemos nos demorar! – A voz de Olivia soa mais alta e nervosa que o habitual, atraindo a atenção do grupo de policiais.Entre o grupo de policiais fardados, destacava-se um homem vestido com roupas civis, sua camisa azul escuro de manga comprida harmonizava com o uniforme dos seus colegas. Os botões da gola estavam desabotoados, revelando uma parte da sua tatuagem. Seus olhos eram ocultos por óculos escuros, e em sua mão segurava um copo de café da lanchonete do zoológico. Seu cabelo exibia um topete meticulosamente alinhado, repelido para trás pelo gel.— Hanna... – Sua voz rouca soo
— Shane, eu... – Tento falar, mas ele me interrompe com seu olhar sombrio.— Em casa nós conversamos, Hanna. – Sua voz soa tão fria que arrepia todos os pelos da minha nuca.Olho para Olivia em busca de apoio, mas a vampira está tão perdida quanto eu. Seu rosto está pálido, assustado.— Catharina, acompanhe Olivia e as crianças até em casa e depois pode tirar o resto do dia de folga. – Shane diz calmamente, dirigindo-se à babá. – Certifique-se de que Olivia e as crianças não sairão de perto da alcatéia.A mulher me lança um olhar hesitante, como se estivesse em conflito com as ordens do Alfa. Tranquilizo-a com um aceno de cabeça, ela suspira, pegando Sebastian no colo; o pequeno está exausto, dormindo profundamente.— Boa sorte. – Olivia sussurra em meu ouvido enquanto me abraça. – Peço desculpas por tudo isso, não pensei que seríamos pegas.— Tudo bem... Apenas leve as crianças para casa e fique de olho nelas. – Respondo com um sorriso nervoso.A loira solta um longo suspiro antes de
A cada duas décadas, sob a primeira lua cheia do ano, o Alfa parte em busca de sua parceira ideal para perpetuar sua linhagem. As jovens fêmeas de todas as alcateias se preparam durante todo o ano para esse momento, ansiosas para atrair o Alfa com seus aromas e essências da alma. No entanto, nem todas serão escolhidas; apenas aquelas com o aroma que desperta o interesse do Alfa serão selecionadas para a reprodução. Durante décadas, os Alfas buscaram incansavelmente em todos os cantos, inclusive no mundo humano, pela fêmea perfeita para carregar sua descendência. Durante essa noite única, os lobos têm permissão para explorar o mundo humano em busca de sua nova companheira, enquanto os Alfas procuram pela mulher que dará continuidade à sua linhagem. Eu desconhecia essas regras até encontrá-lo, até ser obrigada a me tornar sua. Desde o primeiro instante, percebi que ele era único, algo estava fora do comum. Ele se destacava dos outros homens, seja por sua postura, sua voz ou seu modo d