O AMOR QUE SURGE NO MEIO DO CAOS
O AMOR QUE SURGE NO MEIO DO CAOS
Por: Krys.Torres
Prólogo 

Quando uma pessoa é ferida, principalmente por aqueles que tanto ama, a confiança e o carinho são substituídos por cicatrizes eternas.”

✲ ✲ ✲

Estados Unidos

São Francisco, Califórnia

Casa noturna Coliseu

O que quer Kellan? 

— Minha princesinha, preciso que venha comigo até um local, preciso te passar algumas informações que ainda não expliquei. — disse o homem, de olhos azuis, encarando Cloe. A morena não soube porque sentiu todo o corpo estremecer ao receber aquele olhar intenso. Nunca gostou dele, nem ao menos confiava, mas sabia que era uma peça importante entre ela e Otto e se precisasse de proteção, deveria tentar conviver com ele. 

— Tudo bem, mas precisa ser rápido. — respondeu Chloe saindo do pequeno quarto que usava apenas para se trocar. Dentro de si, estava temerosa, não esperava coisas boas vindas de Kellan, um homem asqueroso e prepotente, daqueles que seriam capazes de vender a alma ao diabo em troca de algo conveniente para si. Andaram pelos corredores laterais da boate, em direção a porta metálica de saída. Durante o curto percurso, Cloe pensava em como sua vida tinha mudado drasticamente em apenas alguns meses e se por acaso, conseguiria se reerguer algum dia. Quando a porta metálica foi aberta, os olhos anís de Chloe buscam por algo e  quando encontra, sente todo o seu corpo estremecer ao ver quem a aguardava do lado de fora, parado ao lado de uma caminhonete velha. Os cabelos avermelhados e os olhos verdes encaram Cloe com encanto e desprezo, o sorriso jocoso se forma em seu rosto jovem e ele reverbera: 

— Chloe, é tão bom ver você aqui. — zombou se aproximando da garota fazendo-a dar um passo para trás assustada e enojada.

— O que você quer?

Novamente o sorriso brotou dos lábios grossos do homem que não se conteve, aproximando ainda mais. 

— Um passarinho me contou que encontraria você por aqui, devo confessar que no início não acreditei, até porque, a senhorita perfeitinha nunca estaria num ambiente como este. — disse mordendo os lábios e olhando descaradamente para o corpo exposto da garota no vestido curto preto. Chloe levou as mãos até o busto, como se quisesse se proteger do olhar predatório do homem e rebateu:

— Já viu, agora pode ir embora! 

“Hahahaha” 

“Hahahaha”

O som das gargalhadas fizeram Cloe temer ainda mais e naquele instante toda a sua autoconfiança sumiu, no seu lugar surgiu o medo. 

— Não seja indelicada, minha querida. — disse acariciando o rosto delicado da garota que permaneceu imóvel. — Eu poderia até pedir para conversar um pouco com você, minha querida anfitriã… — O pensamento dele fazendo isso a assustou. Ela nunca imaginou que ele teria coragem de aparecer novamente na sua vida, não depois de tudo o que aconteceu. Saber que ele foi ao seu encontro a deixava apavorada. 

— Stefan, você sabe que eu posso chamar a polícia para você, então é melhor ir embora e…

— Minha querida… — Chloe arregalou os olhos ao sentir o aperto de sua mão no seu queixo. — E o que pretende dizer a eles? Não estou fazendo nada de errado, sou apenas um homem que busca por prazer e vou pagar por isso.

Eu não sou prostituta! — Esbraveja retirando o rosto das mãos dele tentando sair do seu alcance, mas Stefan a segurou pelo pescoço e empurrou o pequeno corpo de encontro a parede fria, fazendo a emudecer e disse:

— Não é? Com essas roupas? — Ele desceu a vista olhando detalhadamente o vestido curto, justo, no corpo esbelto. Chloe fechou os olhos ao sentir o toque áspero de suas mãos por seu corpo. Stefan levou o rosto até o pescoço cálido e aspirou o perfume : — Com esse perfume…ah minha querida Chloe, nesse momento você não passa de uma vagabunda e vou ter o que paguei agora mesmo, queira ou não. Stefan levou a mão por baixo do vestido e arrancou a pequena peça rendada a rasgando.

— Nã-Não , por favor…

— Shiii melhor ficar caladinha, não quero que seja doloroso demais para você, afinal, será a sua primeira vez, não é mesmo?

Não tinha nada o que pudesse fazer, ela sabia o que ia acontecer naquele momento. A mão grande dele envolveu a sua boca a impedindo de gritar. As lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos, foi quando ela sentiu a invasão abrupta e violenta. Naquele instante ela desejava apenas que todo esse pesadelo chegasse ao fim. 

Quando terminou, Stefan se retirou de dentro dela e olhando em seus olhos disse:

— Agora sim, já tive o que queria, pode dar essa boceta a qualquer outro que pague melhor, não me importo mais. 

O corpo pequeno e machucado escorregou até o chão, sentada puxou as pernas contra o tronco e começou a chorar. Estava dolorida, sangrava e acima de tudo, humilhada.  Stefan ajeitava as calças e não desviava o olhar dela, parecia se deliciar com sua dor e seu sofrimento e se não bastasse toda a dor, ainda disse:

— Acho melhor você voltar para o clube, outros clientes esperam ansiosos para provar de seu mel. —  se aproximou tentando tocá-la, mas Chloe levantou o braço com dificuldade e desferiu um tapa em seu rosto, Stefan furioso levou o punho até o seu rosto delicado e a socou, fazendo com que Chloe desmaiasse. Ficou desacordada no chão frio e úmido, entregue à escuridão. 

Brandon Dixon entrava no Coliseu sem saber ao certo se iria encontrá-la Já fazia uma semana que haviam brigado, vê-la na festa ao lado daquele homem o deixou irritado, saber que Chloe poderia ter ao seu lado um homem comum, sem traumas e que oferecesse o que realmente ela desejava, o deixava inseguro. nunca iria admitir que a garota mexia com ele mais do que desejava. Desde o início, a relação foi traçada apenas como troca de favores, mas Brandon se sentia cada vez mais dependente da menina e isso estava mexendo demais com sua sanidade. Sabia que tinha a magoado e se odiou ao ver as lágrimas nascerem em seus olhos, Estava confuso com tudo isso, mas a única coisa que tinha certeza é que precisava dela urgentemente.

Chegou a procurando com os olhos e quando não a encontrou, um misto de sensações surgiu em seu peito, alívio e frustração. Ao mesmo tempo que queria encontrá-la, não suportaria vê-la em outra mesa.

Percebeu uma movimentação estranha na frente do clube noturno e sem hesitar, levantou da mesa e foi até o local, acompanhado por Iohan, seu amigo e segurança pessoal. 

— O que aconteceu? — perguntou Iohan ao se aproximar do beco escuro e ver curiosos no local. 

Parece que ela foi abusada! 

Os olhos azuis de Brandon buscaram pela mulher que jazia nos braços da amiga, ainda no chão. Sem demora, retirou o sobretudo envolvendo o pequeno corpo. Sentindo ser consumido pelo ódio, desviou os olhos para o amigo e disse: 

— Leve-a ao hospital e garanta que receba o melhor atendimento! — disse o empresário se levantando do chão e dobrando as mangas da camisa até o meio do braço. 

— O que pretende fazer? — perguntou o amigo encarando os olhos azuis do chefe. 

— Cuide dela, apenas isso! — respondeu friamente dando as costas e entrando novamente no estabelecimento. 

A garota de cabelos azulados olhou a cena confusa, mas saiu do local acompanhando o segurança que levava a sua amiga nos braços, naquele instante, a única coisa que importava era saber se sua amiga iria ficar bem.

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