A voz de Heitor carregava uma tristeza e um ressentimento indescritíveis. Suas grandes mãos acariciavam delicadamente a cabeça de Aurora, cuidadosamente, porém incapaz de soltá-la.
Aurora se encontrava confusa com essa mudança em Heitor. Ela teria preferido que ele mantivesse a postura dominadora e assertiva de antes, pois assim poderia rejeitá-lo sem hesitar.
Agora, no entanto, Heitor parecia uma porcelana tão frágil que qualquer pressão a mais poderia quebrá-lo.
Aurora se esforçou para sorrir, mas sua voz saiu distante e fria:
- Presidente Heitor, não precisa agradecer tanto. Afinal, você pagou uma comissão generosa e vencer este caso era minha obrigação.
Ela evitou mencionar qualquer um dos pedidos de Heitor. Apenas deu a ela leves tapinhas nas costas, como se o consolasse com aquele sorriso forçado.
Esse gesto deixou Heitor profundamente desconfortável. Entre ele e Aurora, não parecia haver mais nada além de assuntos profissionais.
Os olhos de Heitor, profundamente doloridos, se