AIDEN WOLFE
Elas não significavam nada. Nenhuma daquelas mulheres, por mais bonitas, dispostas ou luxuosas que fossem. Eu as trocava como se trocasse de camisa. Uma hoje, outra amanhã, outra no fim de semana. A cama estava cheia de perfume barato, lençóis amarrotados, gemidos que não diziam nada. Era um teatro. Um maldito teatro em que eu era ator e espectador ao mesmo tempo, esperando que uma delas me fizesse sentir o que eu sentia com a Ivy.
Mas não sentia.
E a cada tentativa fracassada, eu voltava mais puto, mais frustrado, mais ciente do buraco que ela fez dentro de mim. Eu dizia a mim mesmo que estava tentando esquecer, substituir, apagar. Mas não era isso. Eu queria provocá-la. Eu queria que ela sentisse algo.
Que ela explodisse de ciúmes, que gritasse comigo, que me jogasse algo na cara ou me mandasse para o inferno. Qualquer coisa. Um olhar atravessado, uma lágrima, um soco. Mas o que ela fez? Ivy apenas servia o café, organizava meus compromissos, trocava meus lençóis sujos