Valéria abriu a porta do quarto e encontrou Felipe sentado no sofá, olhando fixamente pela janela. A luz suave do entardecer banhava o ambiente, criando sombras delicadas que dançavam nas paredes.
A tensão no ar era palpável. Ela fechou a porta atrás de si e caminhou lentamente até o centro do quarto, incerta sobre como iniciar a conversa que ambos sabiam ser inevitável.
Felipe virou-se para ela, seus olhos expressando um misto de tranquilidade e expectativa.
— Oi — disse ela, tentando manter a voz leve. — Como foi seu almoço?
Felipe a observou com intensidade, quase fazendo-a esquecer o que tinha em mente.
— Foi produtivo, mas acho que precisamos conversar sobre algumas coisas — disse ele, a voz firme, mas suave o suficiente para tranquilizá-la.
Valéria respirou fundo, sentindo que a conversa não seria fácil, mas estava pronta para enfrentá-la.
— Eu também quero conversar. — Ela hesitou brevemente, lembrando-se da tensão da manhã e das palavras de Ricardo. — Mas, antes, precis