Nosso Casamento de Fachada
Nosso Casamento de Fachada
Por: Tia-Roh
Capítulo 1

Finalmente depois de uma semana extremamente cansativa, Angel Garcia teria ao menos um único dia para descansar, só ela sabia o quão cansativo vinha sendo os últimos dias. Como era sábado pode acordar um pouquinho mais tarde, mas ainda assim precisou fazer todos seus afazeres dentro de casa, já na parte da tarde acompanhou a sua avó até a praça que ficava bem perto dali, tinha esse costume de sempre estar fazendo companhia a sua querida avó.

Quando deu por volta das 18:30, Angel e Dona Maria voltaram para casa mas chegando lá tiveram uma grande surpresa um tanto desagradável. Havia vários homens dentro da pequena casa onde viviam a anos, todos eram extremamente estranhos e não pareciam estar muito felizes, a maioria carregava um taco de beisebol, já outros estavam armados. Óbvio que aquela cena deixou Angel e sua avó muito agoniadas sem entender o que estava acontecendo ali.

-O que está acontecendo aqui? Quem são você?-Perguntou Angel-.

-Olha o que temos aqui.-Disse um homem, ele deveria ser o líder- Tudo bem gracinha?

Angel olhou ao redor da sala e encontrou seu pai jogado em um canto, o mesmo estava muito machucado, era notável o quanto havia apanhado daqueles homens.

-Meu Deus! Porque fizeram isso com ele?-Perguntou Angel correndo até o Pai e tentando o ajudar-.

-Então mocinha! O seu querido papai teve a coragem de afrontar a mim e meus homens.-Respondeu o homem- Só viemos receber o meu dinheiro.

-Dinheiro? Como assim?-Perguntou Angel-.

-O Maldito Adam pegou comigo uma grande quantia em dinheiro, se ele não me pagar.-Respondeu o homem dando uma pausa- Irei acabar com a vida dele sem pensar duas vezes.

Foi então que Angel entendeu que aqueles homens eram gângsteres super perigosos, seu pai havia se metido em algo muito errado, não devia ter pegado dinheiro com aqueles criminosos.

-Bom! Seu pai recebeu a lição dele, acho que também entendeu o recado.-Disse o homem dando uma última olhada na direção onde Adam continuava caído no chão, todo machucado e sangrando- Quero o meu dinheiro o mais rápido possível.

Dito isso o homem saiu sendo acompanhado pelo restante dos gângsteres, a sala ficou toda destruída devido a uma luta que Adam teve com aqueles homens ao pensar que podia se defender sozinho, mas estava totalmente errado.

-Pai…-Disse Angel correndo até o homem quase inconsciente- O Senhor não devia ter feito isso, e agora o que vamos fazer?

Dona Maria teve que se sentar no sofá velho pois toda aquela situação a deixou bastante abalada e cansada, nem ela e muito menos a neta esperavam passar por algo assim.

-Relaxa! Vou me resolver com eles.-Falou Adam quase em um sussurro-.

Duas semanas haviam se passado e Adam se recuperou do ataque que recebeu dos gângsteres, nos últimos dias estava bem mais fechado, suas saídas se tornaram ainda mais frequentes e a todo momento seu celular tocava e o mesmo corria para atender.

-Angel! Minha querida! Um amigo meu está precisando de uma moça para trabalhar como garçonete no bar dele.-Disse Adam se aproximando da filha que estava fazendo o almoço-.

-Sério?-Perguntou Angel se interessando pelo assunto -.

-Sim! Inclusive o salário é muito bom, pelo que foi me dito, você só vai precisar trabalhar aos finais de semana.-Respondeu Adam- Se tiver interesse na vaga de emprego, posso levá-la pra conhecer o bar e conversar com o meu amigo… O que acha?

- Não sei! Vou falar com a vovó antes.-Disse Angel-.

-Acho melhor não incomodarmos sua avó com isso, depois contamos ela.-Falou Adam-.

-Tudo bem.-Respondeu Angel abrindo um pequeno sorriso e voltando a dar atenção ao almoço que estava preparando-.

Naquela tarde Adam pediu para sua filha se arrumar e colocar a melhor roupa que tivesse, deixou bem claro que Angel deveria passar uma boa impressão se quisesse conseguir a vaga de emprego. Como a garota não queria perder aquela grande oportunidade, se esforçou ao máximo para ficar com uma boa aparência, colocou seu melhor vestido que era o único mais novo que tinha, fez uma maquiagem básica e calçou suas sapatilhas um tanto desgastadas.

Angel se despediu de sua avó com um beijo de boa noite, já que a mulher estava dormindo profundamente quando a mesma saiu com o seu pai. Foram quase uma hora de caminhada até chegar no tal bar que tinha uma fachada um tanto diferente e nada discreta.

Entrou no lugar acompanhando o seu pai, sem entender o porquê sentiu uma sensação muito estranha invadir o seu coração, era como se algo ruim estivesse acontecendo.

-Adam! Achei que não fosse vir.-Disse um homem se aproximando-.

-Aqui estou..-Falou Adam- Essa aqui é a minha filha, Angel…

O homem olhou para Angel dos pés à cabeça a analisando com bastante atenção, era como se ela fosse uma jóia muito rara, a garota não gostou nem um pouco da maneira que aquela pessoa a olhava, se sentia muito desconfortável.

-Achei que estava brincando quando disse que tinha uma filha bonita.-Disse o homem- Estou vendo que é verdade.

-Minha filha é perfeita para o trabalho.-Falou Adam tentando disfarçar um pouco o conteúdo da conversa para não assustar a garota- Então? Vai pegar ou largar?

-Eh! A garota vai me ser muito útil aqui.-Disse o homem voltando a olhar para Angel-.

Adam deu uma olhada breve em direção a sua filha e logo em seguida se afastou um pouco para conversar com o dono do tal bar. Enquanto isso Angel ficou apenas observando sem fazer a menor ideia de qual seria o assunto que aqueles dois tratavam, ficou ainda mais confusa ao ver o homem entregando um envelope para seu pai que parecia ter ficado muito satisfeito. Minutos depois seu pai voltou e dava para notar o quão sério o mesmo estava.

-Angel! Você começa a trabalhar aqui hoje, não de trabalho para o dono.-Disse Adam-.

-Mas pai, nem decidi se quero trabalhar aqui.-Falou Angel-.

-Não me importa o que você quer.-Disse Adam sendo duro com a própria filha- De hoje em diante, apenas seja uma garota obediente.

Dito isso, Adam se afastou indo em direção a saída do estabelecimento, Angel correu tentando acompanhar o pai mas foi impedida de sair dali.

Adam sequer se importou com os sentimentos da filha, a única coisa que queria no momento era pagar a sua dívida. Ao chegar em casa acabou dando de cara com sua mãe que havia acordado e se encontrava na sala, parecia estar um pouco ansiosa.

-Mãe, a senhora não devia estar dormindo?-Perguntou Adam-.

-Onde está a minha neta?-Perguntou Maria olhando para seu filho- Não encontrei Angel no quarto, ela não sai durante a noite.

-Sinto muitíssimo mãe, mas precisei usar a Angel pra conseguir um dinheiro.-Respondeu Adam- A Senhora sabe que aqueles caras vão me matar que eu não pagar a dívida.

-O que você fez?-Perguntou Maria olhando com raiva para seu filho-.

-Vendi Angel para um bordel, ganhei um bom dinheiro pela garota.-Respondeu Adam- Com o dinheiro vou pagar a dívida e ainda vai sobrar.

-FICOU LOUCO? COMO PODE FAZER ISSO COM A SUA PRÓPRIA FILHA?-Gritou Maria ficando extremamente indignada ao saber o que Adam havia feito com a própria filha-.

- Não tive outra opção.-Falou Adam sem demonstrar emoção -.

Foi tão horrível aquela notícia que Dona Maria começou a passar mal de tanta raiva que estava sentindo, não conseguia sequer acreditar que seu filho fez aquilo.

-Mãe! O que a senhora tem?-Perguntou Adam vendo a própria mãe cair sentada no sofá, a respiração da mesma estava muito ofegante, dava para ser o quão mal estava passando -.

Adam não podia simplesmente deixar sua mãe morrer então a levou para o hospital às pressas, mas em momento nenhum se arrependeu em ter vendido a sua filha…

Angel ficou congelada ao ouvir as palavras daquele homem que nunca viu na sua vida, todo o seu corpo começou a se tremer devido ao nervosismo.

-Isso mesmo que você está ouvindo, querida.-Disse o homem- Isso aqui é um bordel, agora você é uma das minhas garotas. Em breve será leiloada por um preço muito bom, até porque não a comprei por um preço barato.

- Não consigo entender.-Falou Angel quase em um sussurro-.

-Simples! Seu pai te vendeu pra mim.-Disse o homem- Agora você é meu produto, vou vendê-la.

Angel fica chocada ao se dar conta da loucura que seu pai havia feito, o sentimento de dor invadiu o seu peito, uma vontade enorme de chorar tomou conta, queria sair dali mas não fazia a menor ideia de como fazer aquilo. Como seu próprio pai foi capaz de vendê-la? Isso sem sombra de dúvidas foi um ato de extrema crueldade.

-Senhor! Podemos negociar?-Perguntou Angel se segurando ao máximo pra não chorar- Não precisa me vender, me deixe livre. Juro que irei pagá-lo aos poucos pelo preço que está pedindo.

-Sem chances, garota!-Disse o homem-.

Ela foi levada para junto das outras garotas que seria leiloada naquela madrugada, várias emoções tomaram conta dela, a decepção e dor estavam a dominando. Tentou ao máximo mas quando se deu conta, já estava chorando em desespero.

A confusão tomava conta da sua mente, queria sair correndo dali mas era fraca demais para conseguir.. Ela assim como as outras garotas que seriam leiloadas foram obrigadas a se vestirem com roupas ousadas, precisavam ficar perfeitas aos olhos dos homens ricos que dariam os lances na tentativa de conseguir comprá-las.

O tempo foi se passando e várias garotas foram leiloadas primeiro que ela, claro que cada minuto que se passava mais nervosa ficava com aquela situação. Assim que foi levada para um palco no centro de um salão enorme cheio de homens bem sucedidos automaticamente sentiu seu estômago doer, não queria estar ali, os olhares sobre si estava a deixando desconfortável demais, se sentia um objeto.

-Essa aqui acabou de chegar…-Disse o dono do bordel- Que comecem os lances.

Alguns homens mais velhos levantaram as plaquinhas com um valor bem alto, um milhão e meio de dólares, todos pareciam estar bastante interessados em Angel que tremia de tanto desespero. Sem se dar conta seu olhar caiu sobre um homem muito bonito que se encontrava sentado ao fundo do salão, o mesmo era bastante mistério porém parecia ser bem melhor que aqueles velhos nojentos.

Deu um longo suspiro e mordeu os lábios inferiores na intenção de conter a vontade de chorar..

-Um milhão e meio de dólares? Alguém da mais?-Perguntou o dono do bordel -.

E novamente os homens levantaram as placas mostrando o valor que estavam oferecendo pela garota, não era nada impressionante que deixasse o dono do bordel impressionado.

-Meio bilhão de dólares.-Disse aquele mesmo homem bonito que estava no fundo do salão, ele levantou a placa e ainda fez questão de dizer em voz alta- Essa é a minha oferta.

O dono do bordel ficou impressionado com o lance que aquele homem havia dado, óbvio que não perderia aquele tanto de dinheiro, nunca havia vendido uma garota por aquele valor absurdo.

-Parabéns! A garota é sua agora.-Disse o dono do bordel ao leiloar Angel-.

Angel ficou focada olhando para o homem bonito que havia oferecido aquela quantidade de dinheiro por ela, no fundo sentiu que talvez ele fosse a chance dela poder sair daquela situação horrível.

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