Nem deu tempo de dizer qualquer coisa. Ele foi colocá-la no meu pé, enquanto dizia sem parar: “desculpe-me”. Acontece que quando o simpático velhinho que me atropelou foi ajeitar o calçado no meu pé, senti uma dor insuportável e gritei.
Ele passou os dedos pelos cabelos, nervosamente. Se aquilo tivesse ocorrido num outro horário, e não às 6 horas da manhã, alguém provavelmente me ofereceria ajuda e talvez até chamasse uma ambulância. Mas o pobre homem estava, assim como eu, indo para mais um dia de rotina árdua de trabalho.
— Eu... preciso de ajuda para levantar. – Pedi.
Ele me ofereceu a mão, mas eu, com o pé machucado, me encontrava melhor fisicamente do que ele que parecia ter os ossos em dia. Tentei firmar-me na mureta ao lado, mas não consegui. A dor era muito forte.
— Eu juro que não vi a senhora.