Quase dois meses haviam se passado. Longos, dolorosos, intermináveis.
O quarto do hospital continuava igual. As flores trocadas pela equipe de enfermagem, as roupas limpas, os equipamentos apitando suavemente… mas Salvatore continuava ali. Imóvel. A respiração ainda sendo monitorada, o corpo parado… e o olhar, aquele olhar que ela tanto amava, fechado desde o dia em que quase o perdeu.
Olivia entrou no hospital com passos lentos, o casaco aberto sobre o vestido simples e a barriga agora mais evidente. A gravidez avançava, mesmo que o coração dela parecesse estacionado no tempo.
Dois meses sem ouvir a voz dele. Sem sentir o toque firme, protetor. Sem os olhares intensos. Sem o calor das mãos de Salvatore acariciando sua pele ou repousando sobre o ventre dela, orgulhoso do bebê que crescia ali.
Ela vinha todos os dias. Fosse qual fosse o resultado das consultas, das noites mal dormidas ou do peso esmagador no peito. Todos os dias, o ritual era o mesmo: saía do consultório, passa