Alejandro González
— Que merd@, Márcia...
Passei as mãos pelos cabelos, completamente nervoso. Um desespero avassalador tomou conta de mim. Andei de um lado para o outro pela sala, tentando buscar ar, tentando me acalmar. Finalmente sentei no sofá e enterrei o rosto nas mãos.
Márcia tentou se aproximar, colocar a mão no meu ombro, mas a impedi, antes que ela conseguisse.
— Se arrume. É melhor você ir embora. Vou chamar um táxi para você. — Disse em um tom mais frio do que eu imaginava ser capaz de usar.
Ela abriu a boca para argumentar, mas deve ter percebido meu estado e desistiu. Sem falar mais nada, dez minutos depois, Márcia foi embora e o silêncio tomou conta do apartamento.
Peguei o celular e tentei ligar para Isabelle. Três, quatro vezes. Bloqueado. Merda! O desespero crescia. Como eu pude esquecer que Márcia estava aqui? Como Isabelle iria acreditar em qualquer coisa que eu dissesse depois de ouvir aquilo?
“Oh gato, volta pra cama.”
A frase ecoava na minha cabeça como uma sent