Daphne
Depois de um dia exausto ao lado do meu chefe, eu caminhava pela calçada em direção à minha antiga casa. O clima estava amargo, tão amargo que eu sentia meus dedos congelarem com o frio do inverno. Eu não tinha nem mesmo um casaco para me proteger.
Bati na porta, sentindo uma enorme tristeza ao imaginar que provavelmente aquele seria o último dia em que eu pisaria os pés naquela casa. Rosália estava cometendo um erro, mas eu não a impediria de seguir com o seu plano.
Minha mãe instalou a língua no céu da boca ao perceber que era eu. Se afastou em silêncio, deixando a porta aberta. Nenhum calor humano para me confortar nesse frio, nada veio dela além de uma carranca e seu péssimo mau-humor.
Entrei vagarosamente, fechando a porta atrás de mim. O ambiente estava escuro, iluminado somente pela TV ligada, que Rosália desligou em seguida antes de acender a luz. Ela estava assistindo ao programa favorito do meu pai e isso fez os meus olhos encherem de lágrimas.
Embora parecesse