Adrian
Tomo uma decisão: preciso retomar o controle da minha vida o dos meus negócios. Por isso, resolvo levantar cedo e me arrumar para o trabalho. Chega de ficar em casa sem saber o que está acontecendo.
Visto um terno cinza, uma gravata azul escuro e de frente ao espelho tiro uma foto e envio para Geovana, informando que volto a trabalhar hoje. Ela não sabe que estou fazendo isso sem informar ninguém, além dela.
O bom é que pego todos de calças curtas, como dizia meu avô.
— Onde vai todo arrumado desse jeito? — questiona minha mãe que ainda veste um robe cor de rosa e tem uma xícara de café em suas mãos.
— Para a empresa. Estou bonito? — faço a pergunta arrumando a gravata.
— Você não está bonito, meu filho. Você é bonito.
Vou até ela e lhe dou um beijo estalado na bochecha.
— Me deseje sorte para o meu primeiro dia depois de três meses.
— Boa sorte, meu filho. Está se sentindo bem mesmo? E suas lembranças?
— Estou me sentindo melhor do que nunca, mãe. E é como se eu nunca tivesse