Augusto
Acordo me sentindo bem disposto, o sol ainda nem nasceu, mas me levanto.Vou ao banheiro escovo os dentes lavo e faço a barba pois gosto do meu rosto lisinho, vejo que as minhas roupas estão todas no meu closet, arrumadas do jeito que gosto, pego uma camisa xadrez em preto e cinza e uma calça jeans preta me visto calço e ponho o meu chapéu. Saio do quarto e ao chegar na escada já sinto um cheiro delicioso de café, desço a os degraus quase correndo, parecendo adolescente, sorrio do meu pensamento, chego à cozinha e está meu pai e dona Marília , conversando .— Bom dia! O dia começou animado por aqui —- Falo em um tom de animado.— Bom dia! Dormiu bem? Descansou? — pergunta dona Marília enxugando as mãos no avental e com um sorriso no rosto.— Bom dia filho! Hoje o dia promete. Temos muito serviço para fazer dentro e fora do escritório — Diz levando a xícara de café até a boca.— Dormi bem sim e acordei bem descansado — Respondendo a dona Marília, com um sorriso nos lábios, enquanto ela me entrega meu café e uma fatia generosa de bolo de fubá em um prato com pão de queijo. Agradeço e sento de frente para meu pai — Estou preparado pai, não sou homem de fugir do trabalho.— Com certeza! Conheço o filho que tenho! Sei que você gosta de um desafio e o de hoje vai ser grande— Seu Jorge fala erguendo uma sobrancelha e em seguida dá uma piscadela — tenho que fazer uma ligação daqui uns dez minutos, já vou indo para o escritório te espero lá.— Assim que terminar de tomar o meu café estarei lá. — Respondo e vejo o meu pai sair da cozinha e eu fico na maior paz, quando entra na cozinha uma mulher com cerca de trinta e três anos, cantando alegremente e a abraça Marília que sorri e pergunta o porquê de tanta animação, mas antes de responder ela olha na minha direção ficando séria e com uma timidez no olhar.Sorrio para ela e a cumprimento e ela responde acanhada.— O que aconteceu Carolina para tanta animação nas primeiras horas do dia? Viu passarinho verde no caminho só pode ser isso — Marília diz em tom de brincadeira — Já ia me esquecendo esse é o Augusto filho do patrão.—- Oi! Carolina você é nova por aqui? Não lembro de você. — pergunto educado.— Cheguei logo após sua partida senhor Augusto.— Augusto! Somente Augusto deixa o senhor para meu pai — falo em tom de brincadeira — Também estou curioso para saber o motivo de tanta felicidade?— É que estou grávida e estou feliz que esta felicidade não está cabendo dentro de mim — ela diz e eu parabenizo e me despeço saindo da cozinha e indo encontrar meu pai no escritório. Dou uma batida na porta e entro, puxo uma cadeira de madeira e me sento de frente para ele e espero a finalização de sua ligação.Por volta de nove horas ouço batidas na porta, falo que pode entrar, uma moça muito bonita e sorridente entrar trazendo uma bandeja com café e alguns biscoitos ele serve primeiro meu pai e sou servido logo em seguida e a moça bonita fica me olhando de canto de olho sorrio para ela que retribui discretamente.— Vanessa pode deixar a bandeja em cima da mesa depois você leva. — Meu pai fala olhando com cara de poucos amigos.Ela olha para mim mais uma vez e sai com o nariz empinado e rebolando acho graça e meu pai me dá uma olhada que chega sair fumaça e eu gargalho.— O que foi pai? Não pode nem olhar o que é bonitinho? — Questiono, revirando os olhos .— Não quero saber de você com safadeza com nenhuma funcionária melhor evitar problemas e eu não estou brincando Augusto. — Ele diz sério — sem contar que Vanessa só quer pescar um marido rico, até eu que tenho idade para ser avô dela vive se insinuando, uma interesseira.— Pode ficar tranquilo pai, não estou à procura de um rabo de saia.— Só espero que tenha juízo — Diz e sai da sala dizendo que tem que ir ver o carregamento de alguns bois.Fico avaliando alguns documentos até na hora do almoço, não tive tempo para pensar em nada, muitos documentos para avaliar e separar por data.Mas me distraio pensando em Nina, só saio dos meus devaneios quando ouço me chamarem para almoçar.Saio do escritório e vou até meu quarto lavo meu rosto e desço novamente para almoçar estranho o almoço está sendo servido na sala de jantar e não na cozinha como de costume.Sento em meu lugar e pergunto para Marília onde está meu pai ela avisa que foi receber um amigo e que vão almoçar conosco, agradeço com um simples manear de cabeça. Logo escuto vozes e vejo meu pai entrar acompanhado de um senhor na faixa de uns setenta anos e uma mulher, tipo mulherão, que me deixa impressionado com tanta beleza.— Augusto, esses são nossos vizinhos que vieram lhe desejar boas vindas. – Jorge apresenta com um sorriso no rosto.Seu João Arruda e sua neta Vitória que veio passar uns dias com o avô.— Prazer Augusto Barros e sejam bem vindos! Assentem e almoçam conosco? — Digo arrastando a cadeira ao meu lado para Vitória sentar, claro que não ia perde a oportunidade de ficar perto da moça.O almoço estava maravilhoso como sempre a conversa agradável, por fim Carolina trouxe a sobremesa, um pudim dos deuses e em seguida um cafezinho, logo depois do café meu pai e o seu João foram para o escritório e eu convidei Vitória para dar uma volta pela fazenda.— Vamos? — Ela assentiu e deu um sorriso safado, se levantando e me seguindo.— Estava ansiosa para ficar a sós com você, amo meu avô, mas ele não me dá muito espaço. — Diz com a voz melodiosa — Vamos onde mesmo?— Você gosta de cavalos?— Acho eles muito bonitos, porém tenho medo. Podíamos sentar por aqui mesmo não gosto desses cheiros desagradáveis que fazenda tem.Enfio as mãos no bolso da calça e ficamos ali debaixo da mangueira conversando e a cada minuto que passa acho um saco ficar perto dela, pois o que tem de bonita tem de chata e fresca.Parece que demora uma eternidade até que João e Jorge surgem no meu campo de visão e agradeço mentalmente por eles se aproximarem, nisso vejo Nina e Fabrício passando rumo ao celeiro. Assim que eles chegam onde estamos trocamos algumas palavras e me despeço.— Foi um prazer conhecê-los, mas tenho que ir agora! Tenho uma reunião com os veterinários nesse momento. — Falo e saio rumo ao celeiro.Observo Nina conversando e gesticulando animada e sigo em sua direção.