Jonas Oliveira
Acordei com o canto dos galos, o sol ainda tímido no horizonte. Hoje era o grande dia, o festival de colheita. Fazia anos que a comunidade não se reunia para celebrar algo em grande estilo. Sentia um frio na barriga, uma mistura de ansiedade e expectativa. Vesti minha camisa xadrez, calcei as botas e desci as escadas da casa grande.
A cozinha já estava em alvoroço. Dona Lourdes, a cozinheira, estava a mil com as panelas, assando bolos e preparando quitutes. Luana estava ao lado dela, ajudando com as tortas de maçã. Ela parecia tão concentrada e serena, o que sempre trazia um ar de paz para o ambiente.
— Luana, tudo pronto por aqui? — perguntei, tentando disfarçar a apreensão.
— Quase tudo, Jonas. Dona Lourdes é uma mestre, em breve estará tudo no ponto. — respondeu ela com um sorriso que sempre me acalmava.
Fui até o celeiro, onde os outros empregados da fazenda já estavam cuidando dos últimos detalhes. As mesas foram montadas, as cadeiras arrumadas em volta do palco im