Sílvia olhava para ele, sem dizer uma palavra, sentindo uma dor aguda no peito.
- Então, o que mais você quer? - A máscara de indiferença que sempre usava parecia rachar, revelando um vislumbre de perplexidade e desamparo, enquanto murmurava baixinho. - O que mais eu poderia fazer?
Marcos olhava para baixo, sua voz pouco expressiva:
- Isso não é a sua especialidade? - Ele se recostou um pouco, seus olhos ficando ligeiramente pesados. - Você não é a melhor em agradar as pessoas, Henrique, Enrico?
Ele a olhava, levantando a mão até a gola de sua camisa, seus dedos longos e relaxados desabotoando aqueles dois botões de forma displicente.
Seu olhar era sem qualquer emoção, mas suas palavras eram como uma faca cravando no coração de Sílvia.
- Sílvia, não precisa fingir inocência diante de mim.
O espaço apertado do carro permitia apenas que se ouvissem suas respirações.
Sílvia, com as mãos no volante, o apertava fortemente, sentindo um impulso de abrir a porta e fugir, como se não conseguiss