Ponto de vista da Kaia
Já estávamos no hospital, depois de um café da manhã bem estranho entre a gente, até o Samson e a Freya estavam calados.
Freya não parava de lançar olhares na direção da Alora, e dava para perceber que elas estavam se comunicando pela conexão mental de vez em quando.
Até eu estava mais quieta do que o normal. Geralmente, nas refeições, a conversa com meu pai fluía solta, mas eu ainda estava meio em choque.
O pai parecia alheio à tensão ao redor, até mesmo ao olhar insistente do Samson, que tentava entender o que estava acontecendo. Eu não tinha tido tempo de puxar ele de lado para explicar tudo. Tudo o que ele sabia era que a Alora era minha irmã gêmea, que tinha aparecido de volta de forma milagrosa.
Uma irmã da qual ele nem sequer sabia da existência.
Minha mente estava a mil, cheia de lembranças da infância e uma culpa estranha por ter vivido momentos com meu pai que a Alora não teve. Memórias que ela não podia compartilhar.
E por quê? Por que alguém mentiria