Capítulo -4- Mudanças

Pov- Collín.

Collín- Depois que eu falei isso para ele acabou se afastando de mim o que eu achei uma ótima idéia, não tinha paciência para poder ficarde grude grude com rapaz que eu nunca vi na minha vida, eu tenho muito mais o que fazer e agora eu tenho que pensar em estudar para ser alguém na vida, eu não estou pagando caro os meus estudos para que eu posso jogar no lixo depois.

Gabriel ficou olhando para mim com uma forma de raiva, eu sei que ele vai tentar se vingar pelo que fiz tentando jogar outros alunos contra mim, mal ele sabe que eu não me importo eu não faço questão da amizade de ninguém, já tenho plena consciência de que estou melhor sozinha.

O sinal demorou para tocar então Depois que terminei de ficar copiando todo o texto que estava no quadro, olhei para a janela do lado de fora vendo que o sol já estava no seu pico, tenho certeza absoluta de que agora consegui mais inimigos nesta faculdade e olha que a única coisa que queria era passar despercebida aos olhos de todo mundo.

Aquelas duas meninas da família Evans querem se tornar minhas amigas, talvez elas queiram fazer isso apenas para me provocar ou para tentar me deixar me enturmar no meio delas, não sei porque estou tentando fazer isso mas na verdade prefiro ficar distante de todo mundo.

Não estou feliz com a mudança que eu tive, como eu iria saber que uma brincadeira de criança na época em que tudo aquilo aconteceu comigo na escola iria fazer com que eu pudesse se tornar alguém tão frio e alguém tão triste assim na vida?

Como eu disse antes, crianças são realmente cruéis e eu sou a prova viva disso.

eu não consigo sorrir para as pessoas sem ficar pensando que elas vão acabar me traindo alguma hora ou Armando contra mim, é uma desconfiança que tenho desde quando aconteceu aquele acidente que eu acabei ficando presa no banheiro. A garota que naquela época era minha melhor amiga desapareceu, eu não faço a menor ideia de onde ela foi ou de onde ela está agora e não faço muita questão disso, se passaram muitos anos e mesmo assim eu ainda tenho mágoas pelo que aconteceu comigo.

Eu não tive culpa do que aconteceu naquela época, a única coisa que eu sabia fazer era brincar e sorrir para os meus amigos e agora nem um sorriso eu consigo dar para as pessoas, é como se a vida estivesse contra mim o tempo todo, não faço muita questão disso também pois eu realmente gosto de ficar sozinha ou acabei colocando na minha cabeça de que era melhor assim.

quando finalmente o sinal tocou eu guardei meu material e coloquei minha mochila nas costas, passei por Gabriel que estava resmungando algumas palavras de baixo calão, desde ombros continuando meu caminho e fingindo que não era comigo pois tinha muito mais o que fazer do que ficar reclamando de um garoto que não tinha cabeça o suficiente para cuidar da sua vida em vez de ficar cuidando da vida dos outros.

Eu passei pelos corretores olhando para os lados, apenas para ter certeza de que ninguém iria tentar fazer nada comigo pois tenho certeza de que Gabriel vai tentar agora, ele acabou me mostrando que seria um inimigo na minha vida simplesmente porque eu não quis dizer nada para ele sobre a conversa que eu tive com aquela garota chamada Lili e sua amiga Mirasia.

Acredito que a vida delas e particular delas e mesmo que eu não tenho amizade com nenhuma dessas duas meninas, não tenho motivo algum para ficar comentando sobre o Que elas disseram para mim, Isso é falta de ética e eu não seria uma pessoa sem moral para ficar fazendo esse tipo de coisa.

Quando eu cheguei no hall de entrada alguém pulou nas minhas costas abraçando o meu corpo, eu travei no lugar nesse exato momento, não tinha intimidade com ninguém para que pudesse fazer isso comigo então, que estaria grudado comigo?

Mira- Oi Collín - olhei para trás vendo que ela estava junto com a sua amiga Lili junto com aquele homem tatuado Ele olhou para mim antes de apenas afirmar com a cabeça na espécie de um cumprimento - O que você vai fazer agora?

Collín- ir para casa - respondi para ela.

Mira- Vem com a gente estamos então na sorveteria aqui na frente da faculdade - sem esperar que eu pudesse responder ela me puxou pela mão, aquele homem estava do outro lado junto com ela e Lili também estava do meu lado - você não tem costume de ficar falando não é mesmo?

Collín- Não - falei apenas, isso passou para que ela pudesse sorrir com carinho na minha direção mas eu não sabia se isso poderia ser fingimento ou verdade, eu mudei muito desde quando era criança e isso acabou tirando de mim até a confiança nas pessoas.

Lili- o sorvete desse lugar é maravilhoso, tem certeza absoluta de que você vai gostar - ela falou sorrindo quando nós sentamos em uma mesa, uma moça veio até nós e eu apontei para um sorvete qualquer no menu para que ela pudesse anotar e terminar de fazer as pedidas. - você também não gosta de sorrir - tirei o rosto de dentro do menu e olhei para ela, tenho certeza que me olhou triste enquanto eu não mostrava expressão alguma - queremos nos aproximar de você, ser seus amigos.

Mira- porque você gosta de ficar sozinha? - perguntou segurando a minha mão, eu olhei para a mão dela percebendo que estava quente em comparação com a minha que poderia estar fria agora - O que aconteceu com você no passado? - levantei meus olhos para o seu rosto e mesmo assim não consegui falar nada.

Mira- o meu pai e a minha mãe, eles morreram quando eu era criança, era isso que eu queria acreditar até descobrir que a minha mãe não queria criar uma criança e me abandonou na rua, fiquei em um orfanato durante muitos anos até que pudesse ter sido adotada de novo, minha vida não foi um mar de rosas - enquanto ela falava, pode perceber que suas mãos começaram a tremer então eu tive a constatação de que ela estava dizendo a verdade. Será mesmo que pelo menos nela eu poderei confiar?

Lili- uma de nossas melhores amigas nos traiu , ela tentou matar a Mira assim como o outro de nossos melhores amigos, vimos ele morrer sorrindo para nós enquanto pedir desculpas, tudo isso para que a gente não pudesse nos culpar pelo que aconteceu com ele - falou logo em seguida.

Mira- não fique guardando esses sentimentos dentro de você, vai acabar te fazendo mal uma hora - falou - o que aconteceu para que você pudesse ficar do jeito que está agora, sem conseguir dar um sorriso?

Collín- eu fui traída quando ainda era uma criança - meu rosto estava sem expressão alguma enquanto eu dizia para ela - eu confiei em quem não deveria confiar e paguei o preço por isso- era a única coisa que eles poderiam ouvir nesse momento, eu não estava disposta a compartilhar mais sobre mim e isso estava enterrado dentro do meu peito, era um sofrimento só meu porque assim eu não quero levar ninguém ao sofrimento junto comigo.

Lili- e você prefere ficar sozinha para evitar ser traída de novo - Eu apenas afirmei com a cabeça eu fui nesse momento que a atendente deixou os nossos sorvetes em cima da mesa - você conseguiu encontrar essas pessoas que fizeram isso com você depois disso?

Collín- eu consegui encontrar com eles no dia seguinte , depois foram expulsos da escola e nunca mais voltei a vê-los , mas naquele curto período de tempo que eu encontrei com eles, pude ter apenas uma única constatação - meus olhos foram para o sorvete antes de olhar para todos eles novamente - as pessoas fingem que você é uma pessoa ruim, apenas para que elas não precisem se sentir culpadas pelo que fizeram com você.

Mira- não conseguiu perdoá-los ? - perguntou.

Collín- eu poderia ter perdoado o orgulho deles, se não houvessem ferido o meu - eu comecei a tomar uma sorvete como se não estivesse falando com mais ninguém, Eles apenas respirar um fundo antes de começar a tomar o seu sorvete também.

Diogo- onde você nasceu? - era a primeira vez que ele falava alguma coisa.

Collín- Newcastle United Kingdom - eu falei para ele apenas.

Diogo- o que eles fizeram com você? - respirei fundo enquanto colocava uma colher de sorvete na minha boca não sei se já estava no momento certo de dizer o que tinha acontecido comigo - estamos querendo ser seus amigos, te ajudar em tudo que for preciso para que não possa ficar sozinha aqui, sei que depois de tudo que aconteceu com você deve estar desconfiando de nós - isso serviu para chamar atenção das meninas que olharam para mim de olhos arregalados - mas não somos iguais essas pessoas que traíram a sua confiança, cada uma pessoa é uma pessoa diferente e você não deve julgar todo mundo pelo que algumas fizeram.

Collín- Eu sei disso, mas o ser humano está propenso a trair - respondi - você nunca traiu a confiança de ninguém? - todos eles ficaram calados - não estou jogando os outros pelo o que aqueles dois fizeram comigo, mas eu só quero distância para evitar que isso possa acontecer de novo, ficar sozinha é o melhor jeito para não me apegar nas pessoas , vai evitar que eu possa ficar sofrendo outra vez por pessoas que não merecem a minha confiança.

Mira- Você só tem medo - falou - Você só tem medo de que as pessoas possam fazer com você o que fizeram no passado, não vamos fazer o que eles fizeram com você Collín , dê pelo menos uma chance, o que você tem a perder? - realmente já não tinha mais nada para perder, mas eu não sei se estaria disposto a dar essa chance para eles.

Lili- aquelas crianças foram muito maldosas com você, também sofremos muito na infância - segurou minha mão para que eu pudesse focar os meus olhos diretamente em seu rosto e em mais ninguém - mas ninguém merece ficar sozinho pelo resto da vida como você está fazendo agora , você vai se tornar uma pessoa infeliz porque não se deu a chance de amar ninguém, não se deu a chance de experimentar viver.

Diogo- você vai se arrepender quando olhar para trás e ver que passou sua vida inteira sozinha, Será mesmo que essa é a vida que você quer? - deu de ombros.

Collín- estão dizendo tudo isso por que querem ser meus amigos? - as meninas nem esperaram duas vezes para afirmar com a cabeça - e se vocês acabarem me traindo depois de tudo? Como eu vou me sentir depois que acontecer de novo?

Lili- arriscar é melhor do que viver a sua vida sozinha, você vai olhar para o passado e vai se arrepender de não ter pelo menos tentado - Será mesmo que ela tinha razão nisso?

Collín- Tudo bem - elas acabaram sorrindo, eu apenas continuei vá tomar o meu sorvete sem falar mais nada, elas começaram a conversar e dizer coisas sobre a matéria que estavam estudando, eu respirei fundo tomando meu sorvete.

Lili- porque você decidiu estudar medicina veterinária? - Ela perguntou para mim , nesse momento olhei ao redor vendo que todos eles estavam olhando para mim esperando a minha resposta.

Collín- meus pais eram veterinários antes de morrer, Eu quero seguir com a tradição - elas deixaram um sorriso aparecer nos lábios como se estivessem orgulhosas com a minha resposta. Ficamos cerca de alguns minutos tomando sorvete até que o meu celular começou a tocar, Pode reparar que era uma mensagem do meu motorista perguntando onde eu estava, demanda endereço para ele e cerca de 15 minutos ele já parou em frente à sorveteria - preciso ir - elas se levantaram e me deram um abraço apertado .

Mira- até amanhã - o rapaz apenas afirmou com a cabeça então eu também fiz a mesma coisa, antes de sair de dentro da sorveteria eu passei no caixa aí paguei a rodada de sorvete que tomamos, é lógico que não disse para eles .

Respire fundo saindo de dentro da sorveteria e entrando dentro do meu carro, me sentei atrás e o motorista logo arrancou com ele andando pelas ruas da cidade, pela forma que ele estava mexendo os dedos no volante Eu sabia que queria perguntar alguma coisa para mim?

Collín- O que você quer saber Connor ? - pelo espelho da frente pode reparar que ele deu um sorriso de lado, ele parecia estar feliz mas eu ainda não fazia a menor ideia do que estava acontecendo para que Ele pudesse ser tão feliz assim.

Connor- a senhora estava tomando sorvete com alguns colegas a sua faculdade, isso quer dizer que já está começando a fazer amigos senhorita - falou - isso é uma coisa muito boa, tenho certeza que a senhorita vai ser muito feliz ainda.

Collín- logicamente acredito que eles vieram falar comigo , e praticamente me arrastaram para dentro da sorveteria - e se passou para que Ele pudesse gargalhar alto, Eu apenas olhei para o vidro do carro olhando para as ruas e todos os carros que estavam passando ao nosso redor, pude reparar também e todos os prédios e lojas que estavam espalhadas pela cidade.

Connor- o senhor e senhora Everest ficariam felizes de ver que a senhorita já está começando a se enturmar, já está começando a ter muitos amigos ao seu lado - falou - ninguém sobrevive sozinho por muito tempo a senhorita, a senhora deveria mesmo acreditar nas pessoas de vez em quando, sei que nem todas as pessoas merecem a sua confiança e que você tem que escolher a dedo em quem confiar.

Mas de vez em quando é melhor ter alguém do seu lado para dividir não só a sua felicidade como o seu sofrimento também, é assim que se forma laços de amigos verdadeiros, a senhorita vai conseguir enxergar quando eles estão dizendo a verdade quando eles estão mentindo - passei a mão pelos meus cabelos olhando diretamente para o teto do carro, É impressionante como todo mundo queria que eu pudesse ter sentimento pelas pessoas, justamente aquele sentimento que não tiveram comigo quando mais precisei - eu acredito senhorita, que qualquer tipo de amor é melhor do que ficar sofrendo por alguém que não pode ter - nesse sentido ele realmente estava certo, mas o que eu poderia fazer agora? Eu me tornei isso que sou hoje pelo que aconteceu comigo no passado e não tive culpa do que fizeram , mas será mesmo que eu estaria fazendo a coisa certa? - seus pais irão aprovar essa amizade, a senhorita acabou se fechando mais ainda desde a morte dos seus pais, tenho certeza que eles queriam que você pudesse ficar feliz , dê uma chance.

Collín- espero realmente que você esteja certo....

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