Flores azuis e balas de goma
Xavier Lancaster
O sol da manhã entrou timidamente no quarto de Olívia, que estava de pijama de unicórnio, debruçada sobre uma folha de papel. No meu caso, já me encontrava vestido em meu terno impecável para mais um dia de trabalho. Não era porque ontem teve evento, que hoje eu podia me dar o luxo de chegar tarde na empresa.
Me pego observando de soleira na porta, com uma xícara de café na mão é uma sensação estranha que tudo estava se encaminhando por um bom caminho. Notei a mancha de tinta na ponta do nariz de Olívia, mas deixei a minha princesinha brincar livremente.
- Bom dia, artista. – Disse me aproximando, me sentando na beira da cama da pequena. - Pela concentração, isso deve ser uma obra-prima digna da porta da geladeira.
Olívia ergueu a folha, revelando um desenho exuberante, mas levemente torto.
- É o nosso jardim, papai. Onde a gente pisou nas flores azuis ontem.
Suspirei, me lembrando do pequeno desastre da tarde anterior,