Narrado por Ares
O gosto do uísque já não queimava como antes. Eu estava sentado na varanda da mansão, encarando a escuridão da noite espanhola como se ela fosse me dar respostas. Zeus estava apagado no quarto de hóspedes, Apolo trancado no escritório jogando gasolina nos planos de vingança. E eu… eu só queria um pouco de paz. Cinco minutos longe dessa porra toda.
Meu celular vibrou em cima da mesinha.
O nome dela iluminou a tela.
Isabela.
Dei um leve sorriso antes mesmo de atender. Era como se o mundo inteiro ficasse em silêncio só pra eu ouvir a voz dela.
— Mi amore…
— Ares… — ela falou baixinho — está tudo bem?
Suspirei, apoiando os cotovelos nos joelhos. A voz dela sempre tinha esse efeito: arrancava o peso dos meus ombros por alguns segundos, só pra me lembrar do que valia a pena.
— Tudo sob controle… quer dizer, se você considerar “sob controle” meu irmão apaixonado por uma garota de programa e colocando a gente numa guerra com a máfia mexicana.
Silêncio do outro lado. Até que e