"Quando o medo se torna hábito, o silêncio vira lar."
— Juramento dos Filhos do Eclipse
Bat saltava.
Como um espectro entre galhos trêmulos, o Máscara de Morcego cruzava os céus da floresta com antinatural fluidez. O vento rasgava sua capa curta com assobios baixos, e as árvores, cúmplices do seu avanço, curvavam-se levemente à sua passagem.
Ele não fazia som.
Não quebrava folhas secas.
Não deixava pegadas.
Era como se o mundo em volta simplesmente recusasse reconhecê-lo.
Acima dele, a lua era uma foice branca, espreitando entre nuvens densas como véus de uma viúva triste. A escuridão era sua aliada. Sua casa. Seu espelho.
A notícia da falha da assassina dourada chegara até ele como um sussurro no ouvido de um morto.
E agora, ele caçava o erro.
Conforme saltava de um galho para outro, Bat recordava a voz grave de Arikhan, o Espectro do Eclipse.
"Se ela falhou… é porque o inimigo não é mais humano."
Donaldo.
O explorador.
O predador renascido.
O receptáculo das trevas.