Capítulo III

Acordei sentindo todo meu corpo reclamar de todo “exercício” que fiz na noite passada, mas eu não estava reclamando, tinha sido uma noite maravilhosa. Não, maravilhosa não chegava aos pés, era pouco para descrever tudo o que Parker tinha me feito sentir.

Me mexi na cama e senti a dor incomoda entre minhas pernas, me lembrando do homem enorme que eu tive dentro de mim na noite passada. Como se isso não fosse lembrete suficiente Parker apertou um braço em minha cintura, me puxando mais para perto de seu corpo.

Eu tinha perdido as contas de quantas vezes ele tinha me feito explodir em um orgasmo intenso. O homem era mesmo insaciável e Alice estava totalmente certa quando disse que ali eu encontraria a pessoa perfeita.

Balancei minha bunda, aproveitando o calor do seu corpo e senti sua ereção se moldar entre minhas pernas.

— Se continuar se sacudindo assim, vou me esquecer que está dolorida e deslizar dentro dessa boceta apertada e quente. — a voz rouca, quase como um rosnado, enviou uma onda de calor subindo por minha espinha e se espalhando por meu corpo todo.

— Você não se cansa nunca?

— Só um louco se cansaria de algo tão bom assim. — sua mão larga deslizou por meu quadril, me arrepiando e me incendiando na mesma medida. — São tantas coisas que eu ainda quero fazer com você.

Eu suspirei quando seus dedos grossos se enfiaram entre minhas pernas e ele me fez abri-las, até que pudesse sentir minha intimidade. Não consegui conter o gemido quando ele enfiou um dedo entre minhas dobras e rosnou em meu pescoço, ao descobrir que eu estava molhada.

— O que por exemplo? — minha voz não era nada mais que um sussurro.

Antes que eu pudesse prever Parker me girou com agilidade e rapidez, até que eu estivesse montada em seu colo.

A luz do sol entrava pelas janelas e eu tinha certeza que ele via melhor todo meu corpo, mas não me importei. Não liguei se meu cabelo parecia um ninho de passarinhos cor de fogo, das minhas sardas que se espalhavam por meu busto, não liguei se eu estava com a cara amassada ou pior.

Só o que importava era ele ali, me olhando com a mesma intensidade da noite passada, o mesmo desejo estampado em seus olhos.

— Fazer é mais prazeroso do que falar. — seus dedos se enrroscaram em meus cabelos com brutalidade e ele me puxou para baixo, tomando minha boca com fúria.

Sua mão livre desceu por minhas costas, alcançando meu bumbum e ele não se fez de rogado ao deslizar os dedos em cima do meu buraco intocado, rodeando meu anel apertado, fazendo saltar em surpresa por ser tocada ali.

Mas ele apenas sorriu, sem deixar de me beijar e continuou até encontrar minha boceta. Um dedo deslizou para entre minhas dobras e foi inevitável não rebolar em cima dele, quando me penetrou com o dedo largo. Involuntariamente eu esfreguei meu clitóris contra sua ereção dura.

Ele continuou com o vai e vem em minha entrada, me fodendo com seu dedo enquanto sua língua fodia minha boca. Meus sentidos só captavam ele, seu corpo, seus músculos, seu cheiro, seu calor.

— Parker... — gemi contra seus lábios e ele puxou minha cabeça para trás, segurando meus cabelos com força.

— Vai gozar na minha mão, antes que eu enterre dentro de você. — ele acrescentou outro dedo dentro de mim e eu fechei meus olhos, voltando a rebolar.

Eu queria mais, queria seu pau me alargando, fazendo meus olhos revirarem e meu cérebro virar gelatina com um orgasmo intenso.

Parker soltou meus cabelos e eu deixei minha cabeça tombar seu ombro, sua mão segurou minha bunda, separando as bandas e lhe dando mais espaço para ele socar mais rápido seus dedos, me deixando ainda mais louca e esperando ansiosa o momento que ele entraria dentro de mim.

Gritei e agarrei seus peito com as unhas, arranhando sua pele bronzeada e sentindo ele se arrepiar.

— Olhe nos meus olhos, quero ver você perdendo os sentidos enquanto te faço gozar em meus dedos.

Ergui o rosto estremecendo com os dedos impiedosos, ergui meu tronco e encarei as íris douradas e balancei o quadril para a frente e para a trás, esfregando meu clitóris contra seu pau.

Meu ventre estremeceu e senti meu canal se apertar em volta dos dois dedos e segurou minha bunda me impulsionando para a frente com mais rapidez.

— Eu... Ahhhh eu vou...

Não consegui terminar a sentença sem antes explodir em um orgasmo, meu sexo pulsava enquanto seus dedos e seu pau prolongavam meu prazer.

Minha testa tombou sobre seu peito, minha respiração estava descompassada e meu coração parecia galopar no peito.

Senti quando deslizou os dedos para fora e sua cabeça se esfregou em minha fenda, se lambuzando com meu gozo.

Mas um estrondo na porta nos fez saltar no mesmo instante.

— Bri! Precisamos ir embora agora! Sai daí já.

Meu coração voltou a bater normal quando reconheci a voz da doida.

— Quem é essa?

— Alice, minha amiga. — respondi desanimada e senti o vazio quando empurrei suas mãos para longe. — Já vou maluca! — gritei para a porta e comecei a buscar minhas roupas pelo quarto.

Minha calcinha tinha sido destruída, apanhei o shorts jeans no chão do quarto e quando dei a volta no lugar achei o trapo preto, que até a noite passada era um sutian lindo.

Ergui minhas peças destruídas e joguei na cara do descarado. Ele me observava deitado na cama, os braços atrás da cabeça e seus longos cabelos espalhados pelo travesseiro. Tudo nele gritava selvagem, seu corpo todo esculpido com músculos, os pelos, as marcas de cicatrizes, até mesmo a ereção que ele ainda exibia sem nenhum pudor.

Como eu queria voltar para a cama e me perder naquele corpo de novo.

— Porra. — eu vi seu pau mexer como se tivesse vida própria. — Se continuar me olhando desse jeito eu vou te tomar aí mesmo, em pé contra essa parede. E não pense que vou me importar se sua amiga, meu irmão, ou a cidade toda vai ouvir você gritar meu nome enquanto goza.

— Vou parar de te olhar, mesmo que seja tentadora a proposta, eu preciso ir.

Me virei de costas para a cama e comecei me sacudir enquanto subia o shorts por minhas pernas.

— Você não facilita a vida de um homem! — Parker disse entre dentes e a próxima coisa que senti foi sua palma batendo em minha bunda e me arrancar o ar com o choque. — Espera aqui.

Ele abriu uma porta na lateral do quarto, porta que eu nem tinha reparado na noite passada, mas pudera, noite passada eu estava ocupada com coisas mais interessantes.

E então voltou dois minutos depois com uma jaqueta e uma cueca box. O encarei confusa quando ele me estendeu as peças de roupa.

— Não conseguiria deixar você sair daqui, sabendo que não está usando nada por baixo desse shorts curto e essa regata toda rasgada.

Eu deveria rir dele, mas aceitei que estivesse preocupado com o que eu revelaria. Então me limitei a sorrir e colocar a box enorme e depois o shorts, então vesti a regata e a jaqueta de couro que ele tinha me dado.

Nem precisava dizer que seu cheiro me cercou quando fechei a jaqueta, seria difícil não pensar em outra coisa que não ele.

— Obrigado! — fiquei na ponta dos pés, tentando inutilmente alcançar sua altura, mas ele me ajudou me erguendo e deixando nossos rostos na mesma altura.

— Você ficou ainda melhor com minha roupa. Só perde para você nua.

Mordi meu lábio involuntariamente e ele não perdeu tempo em beijar minha boca, sugando meus lábios, deslizando sua língua contra a minha, me tomando com força. Eu me apertei contra ele e suas mãos me impulsionaram para cima, abraçando meu corpo e colocando minhas pernas abertas em volta do seu quadril.

— Bri! Eu não estou brincando. Merda garota a gente precisa ir! — os gritos de Alice e suas batidas incessantes o fizeram me colocar no chão relutantemente.

— Vá, antes que eu mate sua amiga.

Eu ri da sua cara de frustração e eu podia entender, com a ereção dura como pedra e ser deixado na mão assim deveria ser realmente frustrante.

Corri para a porta e acenei para ele ao girar a maçaneta, recebi apenas um aceno com a cabeça e sai finalmente daquele quarto.

Seria estranho dizer que todo o mundo pareceu voltar a vida? Porque foi assim que me senti quando fechei a porta atrás de mim.

— Posso saber o motivo de tanto desespero?

— Minha mãe ligou, a gente tem que correr pra casa. Seu padrasto avisou que está chegando de viagem antes do tempo. Sabe a briga que vai ser de ele descobrir que você saiu.

Ela não precisava dizer, eu sabia bem a dor de cabeça que eu teria se ele descobrisse.

William nunca gostou que eu tivesse liberdade e depois que minha mãe morreu as coisas pioraram.

Minha obrigação era ir de casa para a escola e da escola para a casa, depois que terminei o ensino médio tentei arrumar um emprego ou coisa assim, mas ele negou, dizendo que eu não precisava disso. Ele trabalhava e ainda tínhamos as economias da minha mãe.

Ele não era uma má pessoa, só não queria que acontecesse comigo o que víamos acontecer com várias garotas ao redor do país.

— Vamos logo então.

Passamos pelos corredores silenciosos e parecia igual a noite passada. Quando passamos pelo salão eu encarei o lugar agora vazio e sem vida, as luzes estavam apagadas e tudo o que tinha eram os trabalhadores limpando para o show da noite.

Chegamos na rua e o carro de Alice estava magicamente ali na frente, escorado nele estava Peta, como se fosse o dono do mundo.

Olhando agora na luz do dia ele parecia ainda mais com o irmão, a diferença maior era que enquanto Parker tinha os cabelos até o peito, os de Peta desciam até a cintura.

E os olhos, eu tinha passado a noite com o homem de olhos dourados mais intenso, enquanto os dele ali na nossa frente eram de um tom claro, quase cinza.

— Se divertiu ontem a noite? — seu sorriso era amigável e eu apenas retribui deixando minhas bochechas queimarem.

— Tanto quanto vocês. — retruquei dando risada, peguei as chaves da sua mão e me joguei no banco do carona.

Me encolhi dentro da jaqueta enorme e afundei o nariz no couro, sentindo seu perfume, enquanto encarava pelo retrovisor os dois se despedirem.

A conversa deles parecia ser mais empolgante que se beijarem em despedida, os dois cochichavam e eu me obriguei a colocar a cabeça para fora e gritar com ela.

— Menos conversa e mais ação! Precisamos chegar em casa logo.

Alice estava de costas para mim, mas eu vi ela sacudir a cabeça, Peta se ergueu por seu ombro e abriu um sorriso sacana como da noite passada, antes de puxá-la pelo braço e lhe tascar um beijo.

Por um segundo Alice pareceu chocada de mais, pois seu corpo ficou duro, mas bastou ele enfiar os dedos e seu cabelo para ela corresponder.

Me virei para dentro do carro e deixei que eles terminassem o que começaram, mas não demorou para a porta ao lado se abrir e Alice se jogar atrás do volante.

— Pronta pra correr nessa estrada como se sua vida dependesse disso?

Qualquer outra pessoa acharia ela louca e ela era na verdade, mas eu já estava acostumada desde sempre com essa loucura.

— Prontissima!

A viagem de volta foi tranquila e apesar de ser dia, não pegamos trânsito.

Cheguei em casa e subi as escadas correndo, torcendo para ter dado tempo suficiente para que ele não tivesse chegado ainda.

Seu trabalho na estrada geralmente durava uma semana, raramente ele chegava de surpresa como hoje. Mas para o meu azar William estava me esperando sentado em sua poltrona na sala.

— Onde diabos você e aquela menina se meteram? — sua voz demonstrou tudo o que ele estava sentindo.

Raiva, frustração, desapontamento, foi tudo o que senti.

— Will eu...

— Não ouse mentir pra mim, Bridget! Diga onde você e aquela má influência dos infernos te levou.

Eu engoli em seco, ele nunca gostou de Alice, sempre disse o quanto ela era má influência. Mas nunca tinha a chamado assim.

Me senti em um impasse sem saber o que dizer, se eu falasse a verdade seria o próprio pandemônio em casa. Mas se eu mentisse ele poderia descobrir a verdade.

— Nós fomos até uma boate na cidade. — contei meia verdade, ele não podia saber que fomos na cidade ao lado, talvez seria de mais para a cabeça dele. — E dormimos na casa de uma amiga da Alice.

Will me rondou, como se não acreditasse em minhas palavras e talvez ele não devesse mesmo, eu não costumava mentir para ele, mas essa era uma ocasião necessária.

— E essa roupa é da sua amiga? — podia jurar que ele tinha até mesmo cheirado meus cabelos, quando terminou sua volta.

— Ela me...

— Já vi que vamos ter que nos mudar o mais de pressa possível! Não posso...

— O que? — eu finalmente voltei a mim e gritei.

Ele não podia fazer isso, não tinha o direito de me tirar daqui e me arrastar pra onde eu não conhecesse ninguém.

Não podia viver presa só porque ele queria me proteger!

— É isso mesmo que ouviu! — ele pegou o óculos e o livro velho que lia e voltou a se sentar em sua poltrona. — Estava adiando isso para seu próprio bem, mas já vi que não posso continuar com essa demora, mais um pouco e essa bruxa vai matar você!

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