As palavras não saíram com qualquer ênfase sexual. Saíram com raiva, uma raiva fria e cortante.
- Você fala como se me culpasse, Cézar. Se bem me lembro, não foi eu quem se aproximou de você, cruzando a linha.
- E culpo. – respondeu, endurecendo ainda mais sua expressão. – Você é culpada por me fazer perder a sensatez. Por pensar em obscenidades o tempo todo.
-Não te pedi para me beijar. E se nós não tivéssemos sido apanhados pela tempestade...
- Mas nós fomos, não é? – ele respondeu com um sorriso diabólico.
- Isso não foi minha culpa, eu queria descer direto!
- Você fala como se me culpasse, pequena Dafne. – Cézar zombou.
- E culpo.
- Por interpretar mal o tempo? – escarneceu. – Me culpa mas no momento em que coloquei as mãos em você, já estava toda molhada esperando que eu fizesse você sentir alguma coisa nesse corpo, que mais parece uma alma penada!
Era isso o que ele pensava dela?! Dafne não conseguiu enfrentar o olhar invernal, cortante e certeiro. A dor em seu peito era tão gra