Theo voltou e sentou-se no banco, recostando a cabeça no estofado e evitando me olhar. Percebi quando afrouxou um pouco a gravata e pareceu tenso.
— Eu... Achei que já tivesse feito aquilo... Inúmeras vezes. — Ainda olhava para frente.
— Não... Eu nunca tinha beijado. Fui um pouco atrasada nisto.
— Pedi ajuda... Porque achei que...
— Se eu soubesse o que fazer, não teria batido meus dentes nos seus... — Não consegui evitar o riso.
Apesar da tensão, Theo começou a rir também.
— Eu... Só espero que tenha de alguma forma podido lhe ajudar. E que tenha... Ensaiado, repetido e aprimorado. — Sorri.
— Sim, professora. Acho que passei nesta lição.
— Acho que eu vou precisar fazer o teste e dar a minha nota final.
Os olhos dele se arregalaram na minha direção. Comecei a rir, sentindo meu corpo trêmulo:
— Não achou que eu estava falando sério, não é mesmo?
— Eu... Não sei. Nunca sei exatamente o que esperar de você.
— O pior?
— Não... Eu não quis dizer isto.
Abri a porta do carro e saí, respira