Pedro Hernandez
Posso ver a nevoa de ansiedade que toma conta da minha filha. Os olhos pequenos e claros estão se tornando vazios, como se tivessem sido tomados por medo. Isso reflete em mim e é como uma adaga que está cravada em meu peito, me dilacera a ideia de forçá-la a fazer isso, de forçar uma proximidade com ela, mas se eu não fizer isso, vou perder a única chance de relação com a minha filha. Tudo será estragado.
Como Max fez, estou estragando a minha relação com a minha filha.
— Eu quero ir para casa. — A voz de Abby é baixa, tão baixa que mal pudemos ouvir.
Ela se encolhe atrás da mãe, como se Adrielle fosse um escudo que a protegesse de tudo. Não consigo imaginar o que a fez despertar tanto medo assim.
— Olha, e se a gente entrar com seus pais para conversar? — Angela pergunta, com um tom suave, na tentativa de fazer com que Abby se sinta confortável.
Ela estende a mão, como se minha filha fosse pegá-la e aceitar de bom grado. Abby a analisa, como se tentasse descobrir