— Será que consigo, amiga? — ela me pergunta enquanto está no fogão mexendo o molho da carne, para nossa maravilhosa Estou em minha mesa quando minha amiga Catarina chega.
— Amiga, você está de dieta por acaso, quer ficar ainda mais gostosa para o novo patrão?? — ela diz com aquela cara de safada de sempre e me dá uma piscadinha, rindo. Essa minha amiga não tem jeito. Mas eu a amo.
— Não diga bobagem, só acabei me distraindo com o contrato do novo fornecedor, não pode ter nenhum erro — falo, revirando os olhos pra ela. Ela ama me tirar do sério às vezes.
— Claro, senhorita certinha — Cata comenta danda uma gargalhada.
Reviro os olhos para a minha amiga e parceira. Ela é uma figura. Conheci a Cata aqui na empresa, quando iniciei, ela é recepcionista assim como eu era, porém, logo, passei para a presidência que é o trabalho que mais amo. Como morava longe do hotel, era preciso sair muito cedo de casa, por isso, comecei a procurar algo mais próximo e a minha amiga perguntou se podia morar comigo. Aceitei na hora, nos demos muito bem, logo de cara, pois nos parecemos muito, exceto nos namoros. Ela é muito namoradeira, não perde uma oprtunidade, até já perdi as contas d quantos ela ficou, já eu, ainda sou virgem e mal beijei na boca. É claro que ela sempre me irrita com isso, mas pretendo permanecer assim, pois só penso em meu futuro. E quando encontrar o cara certo, estarei preparada. Cata me apelidou de senhorita certinha, a que não faz nada de errado, mas foi assim que aprendi com as freiras. Minha amiga estala os dedos na minha frente e vejo que estou perdida em meus devaneios, como sempre, então vou logo desligando meu computador, pego minha bolsa e saímos para almoçar.
— Vamos, porque as meninas estão nos esperando lá embaixo — Catarina me repreende pela demora, é o jeito dela, mandona, mas com um coração enorme.
— Vocês já deveriam ter ido, eu iria depois.
— Imagina se eu te deixaria para trás, sabe que é minha best do coração — fala me abraçando e colocando a mão no coração. Ela ama ser dramática.
— Mas eu estava ocupada, amiga — digo a abraçando também.
— Sempre está, né, isso não é nenhuma novidade — comenta, revira os olhos e acabamos rindo.
Chegamos ao restaurante, sentamo-nos na mesa de sempre, fazemos nosso pedido, e surge a primeira pergunta.
— Alice, conta pra gente, quando o bonitão chega? — uma colega nossa da empresa, Mariana, que trabalha no setor do RH, me pergunta.
— Vocês sosseguem, ele será o novo presidente, então apaguem esse fogo. Ele chega na próxima segunda, é só isso que sei — aviso sem dar muita atenção, dando de ombros, essas perguntas me irritam. Ainda mais que o homem é comprometido, pelo que ouço pelos corredores da empresa.
— Ele está noivo, será que ela vem com ele? Fiquei sabendo que os dois foram para lá ainda jovens para estudar, noivaram antes de ir e quando voltassem iriam se casar — Mariana comenta, interessada. Sinto que esse almoço será só sobre meu futuro chefe. Bufo indignada.
— Bom, isso eu já não sei, o que o senhor Edgar me pediu, foi para acompanhá-lo em todos os compromissos, dentre eles, almoços e jantares, por enquanto ele tomará conta dos contratos — respondo bebendo meu suco de laranja, que pedi para acompanhar o almoço e o garçom entregou-o antes do nosso pedido chegar.
— Então você que irá acompanhar ele em tudo, se precisar de uma assistente pode me chamar viu — Catarina avisa, dando uma piscadinha e todas nós rimos.
— Nunca que te chamaria, não daria sossego para nosso chefe.
— Credo, amiga! Você fala muito mal de mim. — Faz cara de choro. Essa minha amiga é a rainha do drama.
E caímos na gargalhada, pois a Cata sabe que ela não é flor que se cheire e não pode ver um homem. Nosso almoço chega, comemos rápido, pois eu já teria que voltar para terminar o contrato e depois teríamos uma reunião do conselho.
Retomamos e já vou direto para o meu computador terminar de redigir o contrato, e após conferir tudo, eu o envio por e-mail para o senhor Edgar. Depois de tudo pronto vou verificar a sala de reuniões, e logo que o conselho chega, começam a discussão para ver quem irá ocupar o cargo de vice-presidente, que foi decidido pelo senhor Alberto Almeida, que já está na empresa há alguns anos e conhece bem a parte administrativa, por isso, ele ficará responsável por ajudar nosso novo chefe.
O expediente termina e corro para casa. Estou muito cansada e ainda é só segunda-feira, a semana será corrida, temos que nos organizar para a chegada do senhor Oliver e ainda tem muita coisa para fazer. Chegando em casa, já vou entrando, tirando meus sapatos que estão me matando, jogando minhas roupas no cesto e indo direto para o banho, porque nada melhor que um banho quente para te deixar relaxada, e depois de revigorada, visto um pijama e vou logo para a cozinha onde minha amiga está.
— Chegou tarde, amiga — Cata me pergunta, assim que chego na cozinha para lhe fazer companhia.
— Pois é, a reunião demorou mais que o normal, houve bastante discussão até ser resolvido que nosso vice-presidente será o senhor Alberto Almeida — informo, sentando-me na banqueta que fica na bancada, que divide a cozinha da sala. Enquanto isso ela está preprando nosso jantar. Nós sempre nos revezamos na cozinha, mas confesso que ela é muito melhor que eu.
— Ele parece ser um bom candidato — ela diz pegando um vinho na geladeira. Segunda-feira é o dia do vinho por aqui, amamos esses nossos momentos.
— Sim, o que entende mais dos assuntos da empresa e pode viajar para os outros hotéis.
— Até porque o senhor Oliver foi embora há mais de dez anos, né? e não voltou nem para visitar os pais — ela comenta servindo duas taças, uma pra cada. Porque se é para beber vinho, tem que ser em grande estilo.
— Sim, por isso o senhor Edgar queria alguém que poderia ajudar ele em tudo. Mudando de assunto, ele irá precisar de uma secretária, porque você não se candidata? A prova é fácil — incentivo minha amiga, enquanto bebo um gole do meu vinho.
macarronada. Macarrão e vinho, nosso preferido.
— Claro que consegue, e eu te ajudo a estudar, sabe que sou inteligente e conheço tudo ali melhor que muitos funcionários — aviso me levantando, para arrumar os pratos na mesa.
— Então, amanhã mesmo irei até o RH e deixarei minha carta de inscrição para a vaga. Será que iremos trabalhar juntas ao lado dos bonitões da empresa?! — ela fala toda alegre, bebendo de seu vinho, suspirando e rindo, com uma cara de disfarçada.
— Para com isso, menina! Vamos jantar, que precisamos dormir e acordar cedo amanhã.
E assim termina nossa noite, com um jantar delicioso que a Cata preparou, muitas risadas e um bom vinho, que bebo só uma taça, se não, acordo com dor de cabeça no outro dia. Sou fraca para bebidas.