Capítulo 3 parte I

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    Meus pensamentos ficaram voltados naquela mulher da boate, a morena de cabelos cacheados. Pedia para meu cérebro não pensar nela, entretanto, esqueci que não mando nele, então o jeito foi aceitar, mas eu sabia que essa situação era o que chamamos de fogo no rabo, tinha certeza que na segunda-feira tudo ia passar e eu certamente ia esquecer.

Entendam, eu não sentia algo assim por uma pessoa a muito tempo, não sendo apenas uma atração física, talvez ela fosse quem eu esperava, mas para saber disso, teria que revê-la, porém eu não achava que estava preparado para ter trabalho de conquistar uma pessoa, ou na verdade, não consigo pensar em como fazer isso, já que depois de eu ter sido amaldiçoado, passei a não ter o trabalho de conquistar alguma mulher.

*****

  

   Havia chegado à segunda-feira que eu retinha esperanças de esquecer de tudo e focar no meu consultório. Eu na verdade tinha dois consultórios; Um para dá conselhos amorosos e o outro que é de psicologia, adoro os dois.

   O despertador toca no horário habitual, seis horas da manhã. Levanto e fico sentado na cama e logo parto para o chão para fazer flexões.

Depois de algumas sessões, ando até o meu banheiro e tomo banho de água gelada para acordar. Deixo para tomar banho quente à noite quando chego.

Quando sair do banheiro, fui até meu closet, escolhendo minha combinação clássica: uma calça jeans cor preta, um brazer preto meio apertado, e em seguida peguei um terno da mesma cor.

Me perfumo e mexo nos meus indomáveis cabelos que pediam um matizador há um tempo, mas por hora, apenas usei um creme para ativar os fios. Apenas com as mãos puxei meus cabelos para frente e enfim estava pronto. Em relação a cabelo eu ainda seria um eterno adolescente.

Depois de me arrumar por completo, preferir não tomar café em casa pois iria demorar, preferir deixar pra tomar café em uma padaria que era de frente ao prédio que trabalho, apesar que eu teria que colocar o meu carro no estacionamento e voltar novamente para poder comer alguma coisa.

Meu carro é o  Jaguar XE cinza que eu  acho bem potente, por isso nunca chego atrasado, e mesmo que chegasse, iria seduzir a minha superior para fazer ela não me despedir. É brincadeira, tá?

Bom, entro no meu carro e ponho uma música, a primeira que toca é

( i feel like i'm drowning) essa música me dá uma baita vontade de transar, o triste é que ela para mim acaba rápido.

Acelerei ouvindo essa música, as pistas de Los Angeles não estavam com tanto trafego, então passei com tranquilidade e acelerei a vontade. O que não estaria nos meus planos é se algum carro da polícia aparecesse, apesar que se fosse uma policial, poderia seduzi-la fazendo ela me dá.

" Eu estou brincando, nunca faria isso, certo?" Não fico usando meu dom a torta a direita, só quando é viável, mas brincadeiras a parte, cheguei no meu prédio depois de vinte minutos. Antes de entrar e estacionar minha máquina, pedir um café com leite, e ainda um x-burguer. Como eu não podia esperar, pedi para ser entregue, paguei adiantado.

" Eu sei, que mistura louca."

Entrei pela porta rolante e quem estava na recepção era a minha funcionária preferida, Rose.

- Olá Rose, percebo que você está com ares mais animados, me parece que teve uma bela noite, não é?

- Incrível como tu consegues ser invasivo, não acha?

- Não acho, acho que você está sendo chata - digo pegando um doce que estava no balcão.

- Muito engraçado, mas tome sua lista, a várias pessoas a sua espera.

- Esse número vai cair antes do meio dia.

   Na maioria das vezes, o dia no consultório era um tédio porque eram problemas que até uma mula resolveria. Enfim, mais mulheres que homens, não teve nada que me surpreendeu nas consultas. Na verdade o que me acalmou foi o meu café e meu lanche. Pra dizer a verdade comida sempre ajuda. Tinha vezes que apenas escutava e falava pouco. Têm vezes que a pessoa só precisa ter alguém pra desabafar e que possa escutar tudo e tentar dá conselhos.

- Minha vida é uma bosta cara, pra que tô aqui? Minha mãe me mandou eu vim aqui para responder perguntas pelas quais são óbvias. Tudo que você for dizer é previsível, não acha?

- Acho sim que é previsível. Mas na verdade é o seu cérebro que está dizendo isso, contudo ele haje dessa forma porque você mesma quer. Talvez você tenha que parar de dizer isso sobre sua vida. É algo óbvio, mas só vai piorar a sua situação. Vinte e dois anos, vejo uma garota com uma vibe rebelde que parece que ainda não superou a adolescência de alguns anos atrás. Acho que você deveria ter uma compreensão das coisas. Você não achará nada fácil, e vai culminar no que seus familiares não querem.

- Qual é seu problema? Tu é terapeuta de que hein?

- Estou usando apenas a psicólogia reversa, não culpe o mundo.

- Então devo me culpar por tudo que esta acontecendo? - Cruza os braços.

- Você não pode achar que todos vão gostar de ti. Muito menos pode achar que ninguém gosta. Você me contou tudo e eu dei o meu diagnóstico, se quiser pelo menos tentar, posso lhe ajudar, mas terá que voltar aqui.

- E por que acha que vou voltar?

- Não falarei o que você quer ouvir, muitos fazem isso. Minha sinceridade as vezes é agressiva, porém funciona em alguma coisa.

  Um breve silêncio tomou conta do local e para quebrar o transe que a garota estava começando a entrar, disse: — Bom, darei meu cartão para você, assim se precisar de um help, pode entrar em contato comigo, e é claro, juízo nas suas decisões, garota.

- Por que me chama de garota sendo que você mesmo disse que devo parar de me comportar como adolescente?

- Isso foi um ótimo avanço, comece a agir como uma adulta. Faremos um teste. Comigo você vai amadurecer e finalmente poderei dizer que você não é uma mulher de 22 anos que parece mais uma adolescente.

- Fechado, senhor Marcellus. - Ela estendeu a mão para mim, e mordeu seu lábio inferior. Tentei ignorar mais já sei o que se passa nessa cabecinha dela.

****

No dia seguinte, em uma terça-feira, parecia tudo tranquilo até que o próximo paciente era nada mais nada menos do que Joseph Neris, ele estava com seu clássico de sempre, uma camisa social e um terno meio cinza. Fiquei surpreso por tamanha coincidência, mas dispensei qualquer tipo de intimidade focando no meu trabalho.

— Senhor Neris. - Comprimento olhando no olho dele, o mesmo não disse nada em relação a minha formalidade, mas assim que se sentou, comentou: "Bom, acho que formalidades não são cabíveis aqui não acha Renzo?"

— Estou aqui para fazer meu trabalho, podemos deixar os assuntos da boate para outro momento. - Fui direto.

— Não estou aqui para uma consulta.

— Então por qual motivo veio até aqui?

- Ele puxou do seu bolso um pequeno cartão e me deu. Droga! provavelmente deve ter caído quando estava levando aquela loira para o canto da boate.

— Não precisa me dizer como me achou, mas o que você quer afinal? Está me perseguindo e não estou gostando disso.

— Quando estávamos na boate eu ia lhe propor um ótimo trabalho, porém, não chegamos nesse assunto, até porque, você quis me dar uma aula.

— Pois bem, fale agora sobre o assunto.

— Bom, fui atrás de você no dia da boate porque você talvez tenha uma especialidade na área da sexologia, porém, como pude perceber na sua palestra, você seria um professor diferente, é isso que busco, não quero professores genéricos.

Ainda sentado, aproximo meu rosto para ficar mais perto dele e digo: "Se for assim, acho que não seria bem uma aula não é?

— Perdão, mas uma das regras do clube é nada de foder.

— Ah!, então vocês chamam isso de clube? Impressionante, estou curioso agora para saber como tudo isso funciona.

— Basicamente é igual você trabalhar aqui, porém, modesta a parte muito melhor. Você vai trabalhar com o que você mais gosta que por sinal, seria o sexo.

Tudo bem, eu não podia negar, o que mais gosto de fazer é sexo, mas venhamos e convenhamos, quem não gosta?

— O que achou da proposta? - Cruzou suas mãos e me olhou atentamente. Abrir um sorriso meio safado que praticamente entregava a minha resposta, porém, fiz questão de responder pois parecia algo sério para ele.

— A proposta me parece muito boa, mas vou querer visitar esse clube, quero saber mais, pode ser?

— Estou de acordo, amanhã estará tranquilo para você?

— Certamente, é minha folga, estarei aqui na frente esperando a sua chegada, tudo bem assim?

— Tenho uma contraproposta, quando seu horário aqui termina?

— Apenas estarei livre às 17 horas da tarde, está planejando me esperar esse tempo todo?

— Tenho outros assuntos a tratar, mas voltarei, só precisa me esperar. - Ele se levantou e antes de sair entregou seu número para mim se caso ele atrasasse, coisa que não veio a acontecer porque quando acabou o meu expediente, o mesmo já estava a minha espera.

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