POV: VICTOR CROWLEY
Eu estava em um estado de espírito frágil quando decidi que era hora de confrontar Diana. A mentira sobre a paternidade me corroía, mas o que mais me inquietava era a sensação de que havia algo muito mais sinistro acontecendo. Não era apenas uma questão de traição pessoal, mas algo que envolvia o reino e as forças sombrias que sempre pairaram sobre nós.Eu a encontrei em sua casa, sozinha, com um olhar tenso, como se já soubesse o que estava por vir. Ela não era estúpida; provavelmente, havia sentido a mudança em meu comportamento desde que o exame de DNA havia retornado. Ela sabia que seu jogo estava prestes a ser desfeito.— Victor, o que você está fazendo aqui? Ela perguntou, mas não parecia surpresa. Suas palavras foram suaves, como se tentasse manter o controle da situação, como sempre fazia.Eu entrei na casa dela sem ser convidado, sem olhar para ela de forma alguma. O peso da descoberta ainda estava em minha mente, e aPOV: VICTOR CROWLEY Eu saí da casa de Diana com a sensação de que o peso da traição ainda me esmagava o peito. Tudo o que havia descoberto ainda estava me consumindo. Mas, antes que eu pudesse sequer tomar fôlego, uma sensação estranha me atingiu, como se o ar tivesse ficado mais denso.Ao virar a esquina, encontrei meus pais, Ivan e Sarjah, aguardando na entrada da casa de Diana. Eles estavam posicionados como uma barreira, seus olhares cheios de desaprovação. Ivan, meu pai, tinha um semblante severo, típico de um Lobisomem de Sangue Puro, com o olhar afiado que sempre me fazia sentir como se estivesse sendo examinado minuciosamente, como se eu fosse uma falha no legado que ele esperava de mim.Sarjah, minha mãe, estava ao seu lado, sua postura altiva e rígida, como uma loba que se preparava para atacar. Ela nunca foi fácil de lidar, mas eu sabia que ela tinha uma visão ainda mais rígida do que o acasalamento entre um lobisomem puro e uma híbrida, como E
POV: VICTOR CROWLEY A tensão que pairava no ar se tornava insuportável à medida que eu observava meus pais, Ivan e Sarjah, aplaudindo a humilhação de Ellen com palavras cruéis e infundadas. Eles não eram mais os pais orgulhosos que eu conhecera, os Lobisomens de Sangue Puro que se mantinham leais ao seu legado e ao rei. Eles haviam se tornado algo bem pior: arrogantes, preconceituosos, e sem qualquer vestígio da honra que um dia carregaram.Eu os vi como o reflexo de um passado que não queria mais fazer parte, mas as palavras de Sarjah e Ivan me cortaram, como se quisessem arrancar minha dignidade de uma vez por todas. Eu havia sido enfático em minha defesa de Ellen, mas agora era hora de mais uma verdade ser revelada.— Vocês estão todos enganados, eu disse, a voz carregada de frustração. — Diana me enganou. Me usou o tempo todo, e com ela, Samal, aquele que vocês confiavam. Samal era nada mais do que uma marionete do Tecelão das Sombras, e o que Diana f
POV: VICTOR CROWLEY Depois da tormenta, veio a calmaria.Deixar para trás o peso dos últimos acontecimentos parecia quase irreal. Caminhar ao lado de Ellen, sentindo sua mão entrelaçada na minha, enquanto o sol começava a mergulhar no horizonte, trouxe uma paz que há muito eu não sentia.Lucas nos esperava na frente de sua casa, um largo sorriso iluminando seu rosto bronzeado. Meu velho amigo, alguém em quem sempre pude confiar, mesmo nos dias mais sombrios.— Finalmente! ele exclamou ao nos ver, vindo em nossa direção com passos largos. — Achei que iam se perder no caminho, ou serem sequestrados por outra aventura perigosa.Ri, genuinamente, pela primeira vez em dias. Ellen soltou uma risada baixa ao meu lado, e eu a puxei para mais perto.— Não desta vez, respondi, batendo no ombro de Lucas com força. — Hoje é noite de paz, pelo menos assim espero.Margareth, a companheira de Lucas, apareceu na porta. Seus olhos azuis
POV: VICTOR CROWLEY A alvorada chegou com um vento fresco, trazendo com ela a sensação de recomeço. Deixamos Ralpysen atrás de nós com a bênção do rei Mayson, levando apenas o essencial: nossas armas, nossas lembranças e a esperança de um futuro mais livre. Ellen cavalgava ao meu lado, sua expressão serena, mas seus olhos brilhando com emoção contida. Moonwalker nos esperava, o lar dela, e agora, meu também. O caminho até lá foi tranquilo, ladeado por florestas antigas e campos dourados sob o sol. Cada batida do meu coração parecia acompanhar avião e a ansiedade de ser aceito pela família dela crescia a cada quilômetro. Mesmo sabendo que Ellen me amava e confiava em mim, eu queria ser digno da confiança da sua matilha, da sua linhagem. Quando chegamos às fronteiras de Moonwalker, fui tomado por uma sensação diferente. O território parecia pulsar com a bênção da Deusa da Lua, uma energia suave e protetora que se espalhava p
CERIMÔNIA DE ACASALAMENTO DE ELLEN E VICTOR.A noite havia chegado em Moonwalker, e a cidade inteira parecia respirar em uníssono sob o comando silencioso da lua cheia. Não era uma noite comum — era como se o próprio tempo houvesse parado para testemunhar o que estava prestes a acontecer.A Deusa da Lua, em sua majestade, abençoava cada folha, cada flor, cada alma presente na clareira sagrada. O vento trazia canções antigas, quase inaudíveis, como se os espíritos dos ancestrais sussurrassem boas-vindas.A matilha inteira estava reunida. Cada guerreiro, cada curandeiro, cada filhote recém-nascido, todos estavam lá — suas tochas formando um círculo dourado, uma muralha viva de luz e amor. Era um mar de rostos esperançosos, olhos brilhando de alegria, todos vestidos com suas melhores roupas de cerimônia, adornados com símbolos da Deusa e da natureza.E então, ela apareceu.Ellen. Minha luz. Minha guerreira. Minha alma.Seu vestido parecia tecido de pura prata líquida, moldado com a essên
O nascimento do novo Alfa.A noite caiu sobre Moonwalker com uma serenidade incomum, como se o próprio tempo tivesse desacelerado em reverência ao que estava para acontecer. A cidade, oculta entre vales e florestas encantadas, parecia mais viva do que nunca. A brisa carregava aromas de terra molhada, folhas secas e magia ancestral.Acima, a Lua cheia brilhava em sua plenitude, cercada por uma auréola prateada, como um olho atento da Deusa da Lua, testemunha silenciosa dos momentos que moldariam o futuro da matilha.No interior da Casa dos Alfas, um silêncio reverente pairava, cortado apenas pelos sons baixos e urgentes da vida se formando. As paredes de madeira antiga vibravam com uma energia quase tangível, como se a própria estrutura do lar estivesse envolvida na cerimônia da vida.Maeve Beneditt, a loba de cabelos dourados e olhos verdes como as folhas mais vivas da floresta, repousava sobre lençóis macios, suada e ofegante. Seus braços fortes,
GRÁVIDA A brisa de Moonwalker dançava suave entre os galhos das árvores eternas, espalhando o perfume doce das flores lunares. A cidade brilhava sob o céu limpo, como se a própria Lua estivesse abençoando cada pedra, cada folha, cada coração batendo naquele solo sagrado.Era início da primavera e a vida pulsava vibrante em toda parte. Os lobos jovens corriam pelos campos, os anciãos ensinavam canções antigas às novas gerações, e no orfanato, as crianças preparavam uma festa para celebrar a chegada das flores.Ellen Beneditt, agora companheira marcada e amada de Victor Crowley, caminhava pelas ruas de paralelepípedos com um sorriso no rosto, cumprimentando os membros da matilha que a saudavam com respeito e carinho.Seu coração, entretanto, carregava uma estranha inquietação nos últimos dias.Algo dentro dela parecia diferente.Mais vivo.Mais poderoso.A cada manhã, ela acordava com uma energia estranha percorrendo
A Promessa das EstrelasA luz dourada da manhã filtrava-se pelas cortinas finas da casa de Ellen e Victor, envolvendo tudo em um brilho suave e acolhedor. O cheiro doce do orvalho fresco e da madeira polida preenchia o ar, misturado ao aroma confortável de chá de ervas que Ellen havia preparado para si mesma.Ela estava sentada em frente à lareira, enrolada em uma manta, acariciando distraidamente o ventre que já começava a despontar sob seus vestidos. Cada dia que passava, ela sentia a pequena vida dentro de si mais forte, mais presente.Seus sentidos mágicos, aguçados pelo sangue Encantado que corria em suas veias, vibravam em harmonia com o ser que crescia em seu interior.Naquela manhã, uma sensação especial a acordara: uma onda de calor e luz que parecia irradiar diretamente de seu ventre, como se a pequena vida quisesse se comunicar.Instintivamente, Ellen fechou os olhos, concentrando-se.Deixou sua magia fluir, percorrendo se