AlexanderEu estava errado. Completamente errado.Não nasci para relacionamentos. Não sei como agir, nem o que dizer. As coisas com Evelyn desandaram de vez. Ela me confrontou... Me forçou a falar da minha irmã.“Minha Rachel...”Esse foi o ponto final.Quando o avião pousou, descemos em silêncio. Evelyn ainda chorava, e todos ao redor estavam tensos.— Chefe, precisa de mim agora? — perguntou Jackson.Neguei com a cabeça.— Estão dispensados por hoje. Nos encontramos amanhã no escritório. — Olhei para Jordan. — Você vem comigo.Evelyn se despediu de Abigail. Jackson a levaria de volta para Boerne. Caminhamos em direção ao meu carro. Evelyn, sem emoção alguma, disse a Jordan que ela podia ir no banco da frente. Entrou no banco de trás e não disse mais uma palavra.O caminho até minha cobertura foi lento. Tortuoso. Eu evitava olhar no retrovisor... Não queria encontrar aquelas duas avelãs me encarando. Mesmo que fosse exatamente o que eu mais desejava.Assim que o elevador se abriu, Am
EvelynChegamos à cobertura e não perdi tempo. Ele me queria fora, e eu daria a ele o que queria. Mas é tão difícil saber que vou embora... que vou deixá-lo. Foi apenas um mês, mas tanta coisa aconteceu nesse tempo. Todos que eu amo me abandonam... Com Alex, não seria diferente.Foi tudo muito rápido, mas intenso, isso definia bem nosso relacionamento. Cheguei à sala e me despedi de Amélia, com uma pontinha de esperança de que ele viesse atrás de mim. Só que não aconteceu. A cada andar que descia era uma tortura. Quando cheguei ao térreo, minha bolsa enroscou na mala, derrubando algumas coisas. Ao me abaixar, o elevador voltou a subir.— Droga!Apertei o botão, na esperança de a porta se abrir, mas nada aconteceu. O elevador subiu novamente. Quando finalmente a porta se abriu, lá estava ele. Ainda sem camisa... e ofegante.— Alexander?Ele ficou me olhando fixamente. Quando a porta começou a se fechar, ele praticamente pulou para dentro comigo.— Alexander, o que está fazendo?Pergunt
AlexanderFaz uma semana desde que Evelyn e eu assumimos um compromisso. Tudo é novo para mim, nunca estive em um relacionamento antes. Mas, de certa forma, também é novidade para ela, já que o relacionamento com Brandon não era lá grande coisa.Ela continua na minha casa, e na minha cama, como deve ser. Mas ainda não demos aquele passo, e estou à beira da loucura. Ainda não é o momento para ela. Mas vai ser. Em breve.Jordan e ela têm criado um certo vínculo. A dor que Brandon causou em ambas, de alguma forma, as aproxima. Jordan ainda me traz algo familiar. Outro dia, olhando para ela, me lembrou Rachel. Sophia também lembrava Rachel. Se minha irmã estivesse aqui… teriam a mesma idade.Evelyn começou a trabalhar naquela galeria. Eu disse que não queria, mas ela, como sempre, me desobedeceu. Não gosto de vê-la perto daquele tal David. Eu vejo o jeito como ele a olha.As informações que Jordan colheu valem ouro. A garota é esperta, determinada, forte. Um diamante bruto, pronto para se
EvelynQuando aquele homem me tocou, senti vontade de vomitar. Mas isso não justificava a atitude de Alexander. Ele poderia ter matado o cara.Vim calada o caminho todo, e quando chegamos em casa, fui direto para o quarto. Alexander usou a mesma tática comigo: me ignorou. Mas eu não costumo deixar passar, e ele sabe disso.Só que ele tinha outros planos e, meu Deus, foram ótimos.Ainda não transamos, por mais que eu quisesse. Algo dentro de mim ainda me travava.Mas com Alexander eu não preciso do sexo... Como ele mesmo diz:"Eu sei te fazer se sentir bem."E como sabe. Seus toques, seus beijos, seu jeito possessivo, mas ainda assim carinhoso.Ele não faz com que as coisas sejam sobre ele, mas sim sobre nós. Às vezes, mais sobre mim. E é isso que torna tudo tão gostoso... e me faz querer sempre mais.— No que está pensando? — Alexander perguntou, me puxando para ele e beijando meu ombro.— Que ainda não conversamos sobre o que aconteceu.Me virei para encará-lo.— Te agradeço por me d
AlexanderAssim que cheguei em casa, depois da academia, recebi uma ligação de Chen. Ele disse que Maximilian Schmidt estava em Dallas. E depois de ter a audácia de mandar homens perseguirem Evelyn em Berlim, eu o queria morto. Mas não antes de arrancar todas as informações possíveis sobre Brandon e o esquema em que ele estava envolvido.Só que algo naquela informação não se encaixava. Antes de seguir para Dallas, pedi para que Benjamin checasse. E, como imaginei, era uma distração. Pelo visto, ele me queria fora de Houston. Mas por quê?Evelyn me mandou uma mensagem, e como sempre, me desobedecendo. Avisando que estava indo para a galeria. Liguei para ela, mas ela ignorou minhas chamadas. Pedi para Jordan ir até lá e, claro, mandei um dos meus homens ficar de olho.Foi aí que descobri o motivo de Maximilian não me querer aqui. Ele estava atrás de Evelyn. Meu sangue ferveu. Preparei meus homens. Hoje, alguém iria sangrar... e não seria eu.Quando Owen me mostrou as imagens da galeria,
AlexanderOs paramédicos chegaram, e Evelyn ainda estava desacordada. Eles a colocaram na maca e correram com ela até a ambulância. O médico sugeriu que eu fosse junto, como se eu aceitasse algo diferente.No caminho até o hospital, acariciava seu rosto, agora pálido e levemente gelado. O vestido dela estava encharcado de sangue, e o médico tentava estancar o ferimento, pressionando com força.Quando chegamos, a levaram imediatamente para dentro. Não me deixaram acompanhá-la. Eu sabia que era protocolo, mas isso não tornava a espera menos insuportável.Olhei para minhas mãos, ainda sujas com o sangue dela. Me lembrei de uma conversa que tivemos, quando disse a ela que eu não me importava com sangue. Talvez isso tenha mudado.Vi muita gente morrer na guerra. Perdi parceiros, amigos... Mas vê-la assim, baleada, indefesa, foi diferente. Eu não estava preparado para isso, e muito menos... para perdê-la.A morte sempre esteve presente na minha vida, não apenas pelo meu trabalho, mas pelas
AlexanderLucas foi nos buscar no hospital. Quis que Jordan fosse para casa, mas ela se recusou. Fez questão de me acompanhar até a empresa. Chegamos e fomos direto para o subsolo, para uma das minhas salas de interrogatório. Benjamin e Jackson já nos aguardava na porta.— Como ela está? — perguntou.Passei a mão pelos cabelos. A imagem dela naquela cama me atingiu em cheio.— A cirurgia foi bem-sucedida. Ela está na UTI, se recuperando.Minha resposta foi técnica. Eu não conseguiria descrever como ela realmente estava: em uma cama, sedada, ligada a aparelhos que a ajudavam a respirar... e a viver. Tudo por culpa de um maldito que eu deveria ter matado quando tive a chance, e que agora a deixou no meio dessa bagunça.A raiva voltou. Mas não aquela momentânea, impulsiva. Era uma ira fria, controlada. Eu sabia exatamente onde o culpado estava, e o que ia fazer com ele.— Vamos entrar.Fiz sinal para Benjamin, e Jackson, mas ao ver Jordan se aproximando, a impedi.— Você fica. — Minha vo
AlexanderDeixei Schmidt no ponto que eu queria, percebi que ele era um fraco enquanto ameaçava Evelyn. Sabia que com a motivação certa, ele me daria tudo que eu queria. Respostas. E toda informação necessária para acabar de vez com a sujeira de Brandon.— Então vamos lá.Disse de forma seca, fiz sinal para Jack que se aproximou, e tirou a mordaça do desgraçado.— O que exatamente queria com Evelyn, sem enrolação.Falei em um tom seco.— A chave do cofre de Brandon.— E o que o faz pensar que está com ela?<