Marcos
Não faço ideia do que fazer.
Quando vejo Ana, só consigo ficar olhando de longe, não tenho coragem de ir até ela. Na verdade estou fugindo dela como o diabo foge da cruz desde que descobri a verdade sobre o exame de DNA. Foi naquele mesmo dia em que li a carta. Algo não estava batendo. Fui até o hospital.
— Olá, meu rapaz. O que posso fazer por você? — coincidentemente a mesma mulher que fez o exame me atendeu, a mãe de Amelia. — Não te vejo há bastante tempo. Amelia está pensando em convidar você e sua família para um jantar — diz sorrindo.
— Quero refazer o teste de paternidade — digo curto.
— O que houve para querer isso? — a voz da mulher treme. — O teste é cem por cento certo.
— Nada é cem por cento, senhora.
— Tudo bem. Se é importante para você, me entregue as amostras. Vamos refazer.
Nego com a cabeça.
— Quero acompanhar o processo.
— Isso é um absurdo. — A mulher se levanta, agitada. — Está dizendo que não confia no meu pessoal?
Me levanto também.
— Estou dizendo que