Fabiana Medeiros
Entro no meu quarto e fico andando de um lado para o outro, sem sono e sem conseguir tirar o que a cigana falou da cabeça. Será mesmo que ela montou aquilo com ele? E se não montou, o que significa ele ter aparecido e meu coração disparado? Não quero gostar de alguém que me manipula assim, uma vez foi o suficiente.
Uma hora se passou desde que cheguei em casa e não sai do lugar. Sentada na cama, vejo o ponteiro dos segundos se movendo lento demais. Uma volta, duas voltas, três voltas...
Um barulho chama a minha atenção na pequena varanda.
Essa árvore ainda vai me fazer ter infarto. A cada vento que ela bate contra a madeira me assusto, principalmente à noite.
O barulho insiste.
Um som estranho. Como leves batidinhas no vidro.
Não tem tanto vento.
Abro a porta de vidro, meio tremula. Igualzinho as vítimas dos filmes de terror.
― Árvore do demônio ― reclamo.
Uma risada masculina forma um grito na minha garganta.
Ele fica preso nela quando uma mão cobre minha boca.
Aquel