Estamos indo em direção ao carro, e o vento frio da noite de outono faz os pelos dos meus braços se arrepiarem, como se a estação estivesse me dando um abraço gelado. De repente, sinto Lucca agir como um verdadeiro cavalheiro, pousando a blusa dele nos meus ombros. Meu coração dispara e um sorriso espontâneo surge em meus lábios, quase como se ele tivesse acendido
— Ai, obrigada! — começo a dizer, mas antes que eu possa terminar a frase, ele já se afastou, indo em direção ao carro do papai. É tão diferente de quando chegamos aqui, quando ele veio no mesmo carro que eu, deixando Luana Maria e Enzo irem com o papai.
Entro no carro, ainda tentando entender o motivo dessa mudança repentinamente. É estranho, mas sinto uma pontada de desconforto dentro de mim, como se a decisão dele de se afastar tivesse despertado um sentimento de culpa e abandono.
— Caraca, o que está comemorando comigo? — penso, confusa, enquanto olho pela janela. As luzes da cidade passam rápido, mas minha mente está em