Querido diário, me desculpe por ter sumido nos últimos dias. As coisas que aconteceram me deixaram um pouco fora do ar, tipo, perdida em um furacão emocional.Então, vamos aos fatos. Primeiro, o motivo da minha ausência: eu e o John tivemos uma briga feia depois daquela noite no boliche. Você não vai acreditar no que aconteceu! Ele, sem querer, me empurrou e eu acabei caindo sobre um murinho de blocos no estacionamento do shopping. Foi um desastre total. Caí de lado e consegui uma pequena fratura na costela. Eu sei, incrível, né? Quem diria que um simples passeio poderia acabar assim?Depois disso, tudo só piorou. Lucca veio me buscar e me levou direto ao hospital. Quando ele descobriu o que tinha acontecido, foi uma missão praticamente impossível convencê-lo a não ir atrás de John. Sério, ele estava com uma fúria que eu nunca imaginei ver. E com a raiva que ele estava, eu sabia que isso ia dar muita merda.A ideia de esconder tudo do papai e da mamãe até chegar em casa? Bom, foi um g
O jantar sorteado de hoje foi sugestão do papai. Ele decidiu que seria comida japonesa, e agora estamos todos esperando a entrega com aquela expectativa de quem já está com fome e ansioso. Claro que Luana Maria, sendo a pessoa mais teimosa e peculiar da casa, torceu o nariz para a ideia. Ela simplesmente não suporta comida japonesa, o que, honestamente, eu nunca vou entender. Quem não gosta de sushi?!Mas, sendo o paizão que é, ele foi até a cozinha preparar um macarrão com queijo só para ela. Afinal, não é justo deixar a caçula de fora da diversão gastronômica da noite. Fico rindo sozinha, imaginando papai na cozinha, todo concentrado em fazer algo simples, mas com todo carinho do mundo para agradar a pequena. É fofo e ao mesmo tempo engraçado como ele consegue equilibrar tudo tão bem, até mesmo os gostos peculiares de cada um de nós.Estamos todos sentados no tapete da sala, jogando cartas, um jogo novo que Felippo nos ensinou. As risadas preenchem o ambiente, cada um se divertindo
Bom, essa é a minha história de amor. Eu poderia dizer que tudo foi fácil, mas, claro, depois que as notícias se espalharam, os julgamentos começaram a aparecer de todos os lados. Não foram apenas as pessoas de fora que opinaram; meus avós também não concordam muito com nosso relacionamento. E não é só isso: eles acham ainda mais estranho o fato de morarmos na mesma casa! Imagina só o drama!Hoje, dois anos depois de começarmos a nos envolver amorosamente, sinto que não poderia estar em outro lugar. Lucca é, como dizem, a minha outra metade da laranja. É uma expressão meio clichê, mas juro que faz total sentido. Quando estou com ele, sinto que tudo se encaixa, como se fôssemos um quebra-cabeça perfeitamente montado.E, como se não bastasse, a minha eu interior decide fazer uma aparição cômica: ela aparece vestida de metade da laranja, correndo alegremente até Lucca, que está igualmente fantasiado! É uma palhaçada, eu sei! Mas, ei, quem disse que o amor não pode ser divertido e um pouc
Dias atuais...Agora, enquanto estou no meu quarto, ouço o som da porta se fechando. Meu coração dá um salto — ele chegou! Como uma flecha, me levanto da cama e desço as escadas correndo. Ao ver Lucca, não consigo resistir e pulo no colo dele, fazendo um “plof” divertido. Ele me envolve em um abraço apertado e me dá um beijo apaixonado e carinhoso.— Estava com saudade! — exalo, quase como se fosse um desabafo, e ele sorri de lado, com aquele sorriso que derrete meu coração.— Eu também, japonesa. — Ele brinca, passando o dedo no canto do meu olho, me fazendo sentir como se tivesse sido transformada em uma personagem de anime, toda kawaii. — Tenho uma surpresa para você.— Surpresa? O que é? — pergunto, com os olhos brilhando de curiosidade e as sobrancelhas erguidas, quase como se eu estivesse numa competição de quem consegue ficar mais animada.— Primeiro, você vai tomar um banho e me encontra no jardim dos fundos em meia hora. — Ele diz isso com um sorriso travesso no rosto, e eu j
Meus olhos permanecem fechados, perdidos entre o sono e a realidade, quando sinto uma mão suave acariciando meus cabelos. O toque é reconfortante, mas o cansaço de ter ido dormir tarde demais torna abrir os olhos quase uma missão impossível.— Filha. — a voz grossa de papai me chama, e, de repente, a curiosidade supera o sono, me forçando a abrir os olhos e olhar em sua direção.Ele está vestido com seu habitual terno e gravata, os cabelos loiros bem penteados, e um olhar doce que me faz sentir segura. Sua mão continua acariciando meus cabelos, e nesse momento, eu desejaria que o tempo parasse. Não apenas porque estou desfrutando desse momento tão bom com ele, mas também porque já amanheceu e eu sei que logo terei que ir para a escola.A ideia de encarar o dia e falar com John me dá um frio na barriga. Não me sinto pronta para isso, não agora. Meu maior desejo nesse instante é poder ficar aqui, nesse quarto quentinho e aconchegante, e simplesmente não ir à escola. A ideia de mais uma
Estou sentada na mesa quase vazia, porque todo mundo está na escola e em casa só estamos eu, mamãe, Benjamin e Lucca. Eu realmente deveria estar na escola, mas acordei com uma baita dor de garganta — aposto que foi por causa do vento gelado que peguei ontem. Típico, né?A refeição ao lado de Lucca foi surpreendentemente leve, como se a atmosfera estivesse mais relaxada pela primeira vez desde que ele chegou. Não vi aqueles olhares julgadores que ele costuma lançar sobre mim, nem ouvi ele soltando piadas sobre eu ser a "criança mimada da mamãe" quando ninguém está olhando. Sério, isso é tão irritante! Mas, dessa vez, talvez tenha rolado uma leve mudança de atitude da parte dele.Por incrível que pareça, isso fez eu gostar um pouquinho dele, fazendo com que aquela onda de ódio que estava sentindo começasse a diminuir. Tipo, quem diria que eu poderia achar algo nele remotamente suportável? A vida é cheia de surpresas!Depois do almoço, tomei meu remédio e decidi deitar um pouco no meu qu
Depois do almoço, mamãe saiu para cumprir sua função de “Mãetorista”, buscando os meninos na escola, levando-os ao treino e levando as meninas ao ballet. Eu me vi sozinha em casa, e o silêncio que era tão raro se espalhou pelo ambiente, tornando tudo ainda mais estranho.Por mais que às vezes eu reclamasse do barulho constante da minha família, a ausência deles deixava a casa sem vida, como um quadro em branco. As risadas, as brigas e até mesmo os choros de Benjamim eram uma melodia familiar que eu não percebia o quanto amava até que tudo isso se calasse.Olhei ao meu redor, percebendo o quanto a bagunça de brinquedos espalhados pelo chão e as meias perdidas pela casa eram uma parte essencial do meu lar. A mesa ainda estava um pouco bagunçada com pratos e talheres, e eu peguei o meu celular, tentando distrair minha mente do vazio que se instalara.Entrei nas redes sociais novamente, mas desta vez, tentei ignorar as postagens que me faziam lembrar do que aconteceu. Em vez disso, procur
— Denise, sua mãe está aí embaixo. — A voz de Beta, mãe da Taty, ressoa pela porta. Ela aparece com um sorriso gentil, e meu coração dá uma leve murchada porque, mesmo não querendo, a realidade volta a bater à porta.Olho para Taty, um pouco triste por ter que ir, mas grata pelo esforço dela em me animar.— Obrigada, Beta. — Respondo, usando o apelido carinhoso que ela insistiu que eu usasse desde a primeira vez que pisei aqui.Taty me dá um abraço apertado, do tipo que parece dizer “você vai ficar bem, mesmo que ainda não acredite nisso”. De alguma forma, sinto que esses pequenos momentos estão reconstruindo as partes quebradas de mim, devagarinho.Taty me acompanha até o carro, onde, como sempre, meus irmãos estão fazendo a maior algazarra. Dá pra ouvir a confusão antes mesmo de abrir a porta, com risos, conversas desenfreadas e alguns gritos de "Para, Enzo!" e "Mamãe, o Felippo pegou meu brinquedo!" vindos dos bancos de trás. A rotina de sempre, mas que hoje, por algum motivo, pare