Agradeço mentalmente à mamãe por ter insistido que eu viesse com a blusa de frio. O ar cortante parece aumentar ainda mais a minha ansiedade, mas ao mesmo tempo me desperta. Cada passo em direção ao colégio parece mais pesado que o anterior, como se eu estivesse andando contra uma corrente invisível, mas sei que não posso voltar atrás.

Essa é só mais uma etapa. Mais uma coisa a enfrentar.

Caminho com passos decididos, tentando a todo custo convencer a mim mesma de que está tudo bem, mas meu coração bate descompassado, entregando a insegurança que me consome. Cada som ao redor, cada rosto desconhecido ou familiar, parece aumentar ainda mais o peso desse momento. Finalmente chego ao meu armário, respiro fundo, mas antes que possa me preparar para o que vem a seguir, ouço uma voz familiar gritando meu nome.

— De! — Taty me chama, e quando me viro, já é tarde demais. Ela se joga em cima de mim, me abraçando com força, fazendo-me soltar um leve gemido de dor na costela.

— Aí... — murmuro,