Helena desceu as escadas em silêncio, o chão frio sob os pés descalços. O relógio da sala marcava quase três da manhã. A casa estava quieta, os meninos dormiam, e ela estava com sede também.
Ao entrar, encontrou Elvira sentada à mesa, o rosto pálido refletido no copo d’água que ela encarava como se fosse um espelho. Seus olhos vermelhos denunciavam que não era apenas sede o que a trazia ali.
“ O que faz acordada a essa hora? Pensando em seus pecados?”, perguntou Helena, pegando um copo no armário.
“ Não é da sua conta.” A voz da vampira veio fria e cortante.
“ Realmente”, respondeu ela, servindo-se de água gelada e bebendo em goles lentos.
Elvira ergueu o olhar, o brilho rubro faiscando.
“Sentindo calores? Não adianta fingir resistência, Helena. Sei o que lhe dei.”
“Não me deu nada. Você destrói tudo ao redor”, Helena sorriu com desdém. “ Pensa que não sei por que está aqui? O delegado está saindo com Sabine, e isso está te corroendo por dentro.”
Os olhos de Elvira cintilavam em fúr