A maldade em Helena
O amanhecer tingiu o horizonte com tons de cinza e sangue quando Elvira emergiu da mata. O corpo nu, coberto por manchas vermelhas secas, refletia o massacre que deixara para trás. O rio corria sereno, indiferente ao horror.
Ela ajoelhou-se à beira d’água e observou o reflexo trêmulo. Os olhos escarlates, o rosto manchado, o sangue escorrendo do canto dos lábios.
Elvira tocou o espelho líquido e sussurrou:
“ Humanos… fracos, mentirosos.”
A boca se curvou num sorriso torto, cruel. “Rejeito esse sentimento. O delegado não significa nada.”
Mas o tremor em sua voz a desmentia. Num impulso de raiva, socou a superfície da água, fazendo-a explodir em gotas prateadas.
Depois, transformou-se em fumaça escura, subindo pelos ventos do amanhecer até alcançar o casarão.
Ao adentrar o quarto, o sangue seco ainda em sua pele, foi direto ao banho. A água quente descia como lâminas, levando embora o cheiro metálico, ela nem por um momento sentiu-se culpada. Vestiu-se de preto, calç