Perséfone
Me aconchego no conforto e no calor sentindo-me em paz.
Paz?
Não era normal sentir paz se estava sendo torturada.
Acordo assustada e o alívio recai tão forte dentro mim que volto a fechar os olhos.
Estava no meu quarto e na minha cama envolvida pelas cobertas.
— Filha? — olho para a ponta da cama e encontro papai, sua expressão denotando todo o cansaço que estava sentindo — Como você está?
Me sento devagar tentando evitar que uma careta de dor e um gemido escape, ela tinha amenizado bastante e enfim conseguia respirar em harmonia, o inferno tortuoso finalmente acabou.
— Bem melhor do que estava nas mãos daqueles bastardos — papai fecha os e parece estar passando pelo seu próprio inferno pessoal, mas nada do que aconteceu é culpa dele.
Não há culpados nessa história, apenas Henric com a sua loucura descabida.
Minha loucura pode ser comparada um pouco com a sua, a diferença é que nunca sequestraria Cosmo para submetê-lo as minhas vontades.
— Está tudo bem, acabou pai — arrasto