22

Perséfone

Me aconchego no conforto e no calor sentindo-me em paz.

Paz?

Não era normal sentir paz se estava sendo torturada.

Acordo assustada e o alívio recai tão forte dentro mim que volto a fechar os olhos.

Estava no meu quarto e na minha cama envolvida pelas cobertas.

— Filha? — olho para a ponta da cama e encontro papai, sua expressão denotando todo o cansaço que estava sentindo — Como você está?

Me sento devagar tentando evitar que uma careta de dor e um gemido escape, ela tinha amenizado bastante e enfim conseguia respirar em harmonia, o inferno tortuoso finalmente acabou.

— Bem melhor do que estava nas mãos daqueles bastardos — papai fecha os e parece estar passando pelo seu próprio inferno pessoal, mas nada do que aconteceu é culpa dele.

Não há culpados nessa história, apenas Henric com a sua loucura descabida.

Minha loucura pode ser comparada um pouco com a sua, a diferença é que nunca sequestraria Cosmo para submetê-lo as minhas vontades.

— Está tudo bem, acabou pai — arrasto
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