Encontros do Passado e Novas Conexões

Olhei para Henzo e virei as costas, mas como meu querido ex é insistente, ele puxou o meu braço.

"Por favor, nós precisamos conversar, Sammy", me virei e o encarei.

"Acho que não temos nada para conversar."

"Desde o dia que você me bateu e foi detida, nunca mais nos falamos", sério que ele quer lembrar disso.

"Isso é uma coisa que eu não quero lembrar."

Graças a ele quase tive problemas para me formar na faculdade, agora sou uma advogada e preciso manter a minha postura. Até porque eu defendo uma empresa de renome. Respirei fundo para me acalmar e voltei a olhar Henzo.

"Você tem cinco minutos, começando agora", como eu previa, ele começou a falar que nós somos almas gêmeas e que eu deveria dar uma chance para o nosso amor e tal. Quanto mais Henzo falava, mais eu ficava irritada. Deixei que ele falasse tudo o que queria.

"O que você me diz?", ele pergunta.

"Eu acho que você já falou tudo o que queria. Agora, está na hora de ir."

"Sammya, nós somos um belo casal, por que é difícil para você perceber isso?" Esse cara é um babaca. Como pude namorar ele por três anos?

"Só no seu mundo, meu querido. Por favor, vá embora ou não responderei por mim." Mais uma vez tentei sair, só que agora ele apertava o meu braço com força.

"Eu já pedi para você me soltar", eu sentia meu braço dolorido.

"Ela já pediu para você soltá-la", ouvi a voz de Saulo.

"E quem te chamou no assunto? Aqui é papo de casal." Como já estava irritada, dei um golpe de krav magá nele, e quando ele estava no chão, olhei para ele.

"Se voltar a me encher o saco, vai ser muito pior para você."

Sabia que precisava sair dali porque, se não, eu acabaria cometendo algum delito. Para minha surpresa, Saulo pegou a minha mão e me tirou de perto de Henzo. Fomos caminhando e paramos em uma lanchonete. Nos sentamos e fizemos os nossos pedidos.

"Obrigada por me tirar dali", digo a ele, que sorriu em resposta.

"Não tem problema, eu também sou assim. Às vezes, preciso me acalmar para não sair enfiando a porrada", ele disse e depois se desculpou. "Então, me conta a sua história com ele."

No geral, não sou uma pessoa muito receptiva, mas estranhamente eu gostava da companhia de Saulo e acabei contando a ele um pouco do que passei com meu ex-namorado. E quando os nossos lanches chegaram, comemos em silêncio. Olhei para os braços dele apertados na camiseta, e pensamentos pecaminosos vieram à minha mente.

"Se controla, Sammya. O cara é casado." Já estava tomando raiva do meu subconsciente, pois eu estava apenas olhando. Claro que se ele não fosse casado, tenho certeza de que as coisas seriam diferentes para nós.

Após o lanche, conversamos um pouco mais. Em certo momento, ele ligou para o amigo que simplesmente não atendia. Enquanto isso, meu celular apitou.

"Gata! Só para você saber que estou viva. Depois da terceira trepada, vim ao banheiro para que você não coloque a SWAT atrás de mim." Ela conseguia ser debochada ao extremo.

"Tá bom, não quero saber sobre as suas trepadas." A resposta não demorou a chegar.

"Fabricio é insaciável. Desculpa amiga, preciso ir, mas tarde nos falamos. Eu te amo. Melhor, amanhã eu passo na sua casa e preparo café para você."

"Ok! Agora vá se divertir e nos vemos amanhã." Travei o celular, e quando levantei a cabeça, Saulo estava me encarando.

Nossos olhos se encontraram e estavam atraídos feito imãs.

"Tudo bem?" Ele perguntou, desviando o olhar, e eu o agradeço.

"Está sim. Minha amiga só está sendo ela mesma", digo com um sorriso. "E o seu amigo? Conseguiu falar com ele?"

"Infelizmente não, vou ter que chamar um carro de aplicativo", avancei para poder alcançar seu celular e nossos dedos se encontraram. Naquele momento, senti como se uma corrente elétrica estivesse passando pelo meu corpo.

"Eu o levarei, já que me ajudou com o meu ex." Um tempo depois, nos levantamos e fomos juntos.

Chegamos em meu carro e Saulo abriu a porta para mim. Olha, o cavalheirismo ainda não morreu. Perguntei o endereço de onde ele gostaria que eu o deixasse, e quando chegamos, percebi que não era a sua casa. Como não é da minha conta, nos despedimos e fui para minha casa.

Assim que cheguei, encontrei minha irmã, e pelo cheiro vindo da minha cozinha, ela estava preparando meu jantar.

"O que faz aqui, Vero?" Perguntei a ela, curiosa.

"Vim preparar o seu jantar. Se eu não fizer isso, você só come porcaria." Minha irmã é superprotetora. Às vezes isso é bom, mas no geral, nem tanto.

Fui tomar um banho para relaxar e demorei um bom tempo. Minha amiga me enviou uma mensagem, e ficamos conversando por um tempo, até que ela precisou desligar. Eu voltei para a cozinha e fiquei com ela até que o sono me chamou. Me levantei e fui para a cama. Nem sei a hora que minha irmã foi para casa. Ela é um anjo na minha vida. Não sei o que faria sem Veronica.

No dia seguinte, fui pegar um pouco de água na geladeira, e quando abri o congelador, lá estavam os potes com as refeições que ela havia preparado. Na porta da geladeira, havia um bilhete.

"Querida irmãzinha, coma as refeições que fiz com todo carinho. Nada de porcarias. Eu te amo. Se cuida."

Minha irmã sempre me tratando como criança, mas como eu disse, sem ela eu não seria ninguém.

Fui para o banheiro e fiz minhas higienes matinais. Depois, peguei meu celular para ver se minha amiga havia enviado alguma mensagem, mas só encontrei uma mensagem de um número que não conheço. Como a curiosidade falou mais alto, abri a mensagem.

"Espero que tenha chegado bem em casa. Obrigado pela carona de ontem. Saulo Lucatto." Me pergunto por que enviar uma mensagem formal.

"Olá! Estou bem, obrigada por perguntar. Tenha um ótimo domingo, e nos vemos amanhã no escritório." Enviei a mensagem para ele com alguns emojis e fui para a sala.

Pedro havia me ligado e avisado que iria ver a sua mãe. Ele me avisou que passaria aqui mais tarde. A mãe dele mantém a esperança de que possamos namorar seriamente. Coitada, ela e minha irmã têm a mesma vontade de que nós possamos namorar. As duas não aceitam o fato de nós sermos amigos que se pegam. Por falar em pegação, lembrei da minha amiga, e tenho certeza de que ela deve estar acordando nesse exato momento com rímel todo borrado. Uma vez, ela me ligou às cinco da manhã implorando para que eu fosse buscá-la. Quando cheguei ao local, ela me explicou que não fazia ideia de como foi parar naquele lugar. Eu sou doida, confesso, mas Rafa consegue ser pior do que eu.

A campainha tocou, e eu fui atender. Minha amiga apareceu com um sorriso estampado. Isso é um sinal de que as coisas foram perfeitas para ela.

"Oi, amiga linda", ela disse me dando um selinho.

"A noite acabou cedo, gata?" Perguntei, curiosa.

"Saí da casa de Marcos agora. Amiga, ele é maravilhoso! Marcamos de nos encontrar semana que vem. Estou faminta. Tem alguma coisa para comer?" Sempre cara de pau, mas nem posso reclamar, pois assim ela evita que eu tenha que sair para tomar café.

"Tem vários ingredientes para poder fazer café. Se você puder preparar, eu te agradeço." Rafa revirou os olhos, e eu sorri.

"Você precisa aprender a cozinhar, amiga, pelo menos o básico."

"Mas você sabe que eu queimo até água." Fomos para a cozinha, e ela vasculhou a geladeira em busca de algo que possa fazer para nós.

"Amiga, você é inteligente demais para saber que não dá para queimar água." Agora foi a minha vez de revirar os olhos.

"É só uma expressão. Nós aprendemos isso na escola, ou será que estava tão ocupada pegando os caras que se esqueceu disso?" Como uma pessoa madura que ela é, me deu língua e começou a preparar os ovos para nós.

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