Rafaela Nunes
Sammya e eu nos conhecemos a alguns anos, na verdade nós éramos um trio composto por Sammya, Jéssica e eu. Quando nos conhecemos, tínhamos seis anos e rapidamente nos tornamos melhores amigas de cara, Jéssica entrou para o grupo quando todas estavam com nove anos, nesse meio tempo os pais de Sammy faleceram deixando ela e Vero órfãs. Nossa amizade só se fortaleceu e Jéssica e eu ajudamos nossa amiga a passar por esse difícil processo. Meus se divorciaram muito cedo e então minha mãe cuidou de mim, na fase da adolescência, minhas amigas e eu começamos a sair, nós tínhamos dezesseis anos e Raul, um amigo nosso nos convidou para uma festa de seu primo todas estávamos animadas, mas para a nossa tristeza a Vero irmãe de Sammy não a deixou ir, ela disse que sentiu algo estranho, eu até incentivei a minha amiga a ir escondida, mas ela é muito obediente e acabou ficando em casa. No dia da festa Jéssica e eu nos arrumamos e quando estávamos saindo minha mãe pediu para termos cuidado, na porta da festa Jéssica quis ir embora, mas eu disse a ela que agora que chegamos nós iríamos nos divertir.
Mal chegamos e dois garotos se juntaram a nós e começamos a dançar um tempo depois eles nos trouxeram uma bebida estranha e rapidamente bebemos tudo. Eles trouxeram mais um copo de bebida e nós ingerimos, quando estamos com Sam, ela nunca nos deixa beber nada que um cara trás, mas como ela não estava aqui nós decidimos aproveitar. Um tempo depois eu comecei a dançar com um cara e não demorou muito comecei a passar mal. O menino me ajudou a vomitar e depois me avisou que eu havia sido drogada. Ele me ajudou a sair dali no dia seguinte acordei com uma baita dor de cabeça e agradeci ao menino que descobri se chamar Lucas, quando me lembrei de minha amiga liguei para ela e não obtive sucesso, fiquei muito preocupada com Jéssica, o cara me deixou na casa da minha amiga como eu pedi e agradeci pela ajuda, trocamos os números e toquei a campainha, Vero atendeu e fui direto para o quarto da minha amiga, assim que cheguei contei tudo a ela que ralhou horas comigo por ser relapsa.
Tentamos ligar para Jéssica mais algumas vezes e não tivemos sucesso, sentamos na cama pensativas.
— Acho que ela não está me atendendo porque ficou com raiva de mim. – Disse a ela.
— Claro que não, porque ela também não está me atendendo também. – Sammy olhou para mim. — Tenho fé que ela está bem.
Não demorou muito e Vero entrou no quarto de Sammy e nos contou o que havia acontecido, o que nos deixou muito abaladas. Nós duas começamos a chorar e fomos direto para a sua casa, nós a apoiamos, enquanto todos começaram a culpa-la, Sam e eu ficamos ao seu lado, as coisas pioraram depois do julgamento os babacas que fizeram mal a ela, simplesmente se tornaram inocentes e tiveram que pagar um multa e pronto tudo resolvido, minha amiga ficou tão mal que acabou cometendo um ato contra a sua própria vida. Isso abalou minha amiga e eu, e para piorar a minha mãe ficou doente e acabou falecendo, precisei ir morar com meu pai e a sua família que não gostavam de mim nenhum pouco, a minha madrasta era tão má que fazia a rainha má da Branca de Neve parecer fichinha, quando contei para o meu pai o que estava acontecendo ela conseguiu desmentir tudo e eu levei a culpa, eu chorava perguntando aos céus porque tudo isso estava acontecendo comigo. Um belo dia meu pai chegou mais cedo do trabalho e descobriu o que a minha madrasta fazia e só aí ele finalmente acreditou em mim, os dois começaram a discutir e como a minha madrasta não quis mudar de atitude ela preferiu pegar as suas coisas, meus irmãos e simplesmente foi embora. Meu pai me culpou por isso, mas cuidou de mim, a nossa relação não é das melhores, mas meu pai é um cara maneiro que cuida de mim.
— Rafa o que está havendo, amiga. – Sam, perguntou — Já sei o que está pensando em Jess?
— Se sabe, por que pergunta. – Estava irritada, mas não era com ela, o dia de hoje não foi fácil — desculpa a grosseria amiga, mas o dia hoje está uma droga. Briguei com meu pai, precisei despedir uma funcionária, por isso quando disse que estava vindo para cá, pedi para vir junto, precisava relaxar.
Amanhã seria o aniversário de 30 anos da nossa amiga, saber que hoje ela não está viva por minha culpa acaba comigo.
— Eu sei que amanhã seria o aniversário dela e como todo o ano nós iremos ao seu restaurante favorito, compraremos comida e depois vamos ao cemitério rezar por sua alma.
— Obrigada Sam, você é a melhor amiga de todos. – Nos abraçamos e a nossa interação não passou despercebido do pessoal que estava conosco.
Não demorou muito minha amiga sumiu e eu sabia que ela estava com seu chefe, acho que minha amiga a respeito disso, mas infelizmente. Wesley se aproximou de mim e ficamos conversando por horas no bar.
— Você é legal Rafaela – Ele me disse e sorriu. — Mais uma bebida? – Ele perguntou e eu topei.
Wesley chamou o garçom e eu pedi uma cerveja, ele olhou para mim e sorriu.
— Você tem, bom gosto para bebida. – Wesley me deu uma piscadela.
— Vamos dançar? – O convidei e ele aceitou.
Fomos para a pista de dança e ficamos dançando por um bom tempo, o cara dança bem e tem um corpo maravilhoso.
— Acho que a minha amiga deu uma sumida com o seu. – Digo a ele que sorriu.
— Faz tempo que não vejo meu mano tão interessado em alguém.
— Mas ele não tem esposa? – Perguntei curiosa.
— Eles são apenas pessoas que moram na mesma casa, parecem completos desconhecidos, enquanto ele está aqui a Marina está em algum país torrando dinheiro do meu amigo.
Pedi a ele que me explicasse melhor e fiquei chocada com o que descobri, acho que minha amiga está se metendo em uma grande confusão, mas eu vou apoiar ela em tudo, assim como ela sempre fez comigo.