Não tinha como negar que muitas vezes me senti culpado por coisas que fiz com ela.
Nós éramos cruéis um com o outro, mas quem sofria mais sempre era ela, por mais que não mostrasse isso a ninguém, nem mesmo ao Carter.
Só que, eu tinha uma mãe presente e super amorosa, tinha irmãos legais, e tinha uma ótima educação.
Kalid, no entanto, tinha um homem que a visitava uma vez na semana para saber como ela estava, e que levava algumas coisas para tentar agradar a garota, mas nada mudava o fato de que vivia sozinha.
Nada.
Cheguei a me encontrar encantado com a coragem dela de viver na casa do lago, sem uma segurança real - além da arma que tinha -, e sem se preocupar com as diversas possibilidades de coisas horríveis que poderiam acontecer com uma garota desacompanhada.
Ela parecia gostar de correr esse risco.
— Ainda pensa nele?
Kalid não se assustou com a minha voz.
Sentada na beirada do lago, com um graveto na mão, ela continuou mexendo nas pedrinhas com tranquilidade.
— Você nã