O caminho que eu segui foi direto para Resende. Era tarde da noite, mas ali do morro, deveria dar umas 2h no máximo e sem trânsito do dia menos tempo ainda. Peguei meu carro e acelerei, eu precisava encontrar minha mulher, eu precisava falar para ela que tudo tinha acabado, que estava tudo bem. Que não tinha mais ninguém atrás da gente.
O tempo nunca passou tão devagar e a necessidade que eu tinha dela crescia inversamente proporcional, muito rápido.
Eu não liguei, não mandei mensagem, nada. Eu só fui para o endereço que ela tinha dito e esperava encontrar ela ali.
Ela estava andando do lado de fora da casa do sítio. Avistei ela de longe. Apaguei os faróis do carro e entrei pela cerca. Interior é assim mesmo, são as cercas de arame farpado que protegem as casas e os sítios. Quando ela me viu, veio correndo na minha direção tão rápida e com tanta vontade que me derrubou no chão, mas eu pouco liguei. Eu só queria sentir minha mulher por inteiro. Seu sabor, seu cheiro, sua quentura.