Diogo
Minhas mãos soa, minha cabeça dói. Respiro fundo, a menina ao meu lado me olha com julgamento discreto. Digo discreto porque está sendo gentil em só olhar e não dizer em palavras, mas seu rostinho é bem expressivo. Olho de canto de olho, ela não disfarça, mesmo minhas pernas me sentindo nervoso e não quero ser indelicado com ela em dizer que é feio olhar desse jeito para os outros.
Mas ela sabe.
Valentina foi muito bem criada e sabe ser respeitosa como ninguém, só que parece que quis vir com o espírito do irmão mais novo.
— Dar para parar? — Peço.
— Só se você parar de mexer suas pernas, padrinho.
Algo impossível no momento, me levanto e respiro fundo. Estamos na sala de espera de um hospital da cidade vizinha, minha querida menininha Antonella resolveu nascer uma semana antes.
Tudo estava preparado para sua chegada, o hospital, o quarto e sua bolsa. Ah, essa bolsa anda comigo para cima e para baixo desde que Mia completou oitavo mês de gestação. Pelo menos essa bendita bolsa e