Meu coração parou por um instante.
Meus dedos congelaram no botão do pijama, e engoli seco antes de virar a cabeça lentamente, já sabendo quem era o dono daquela voz.
David estava encostado no batente da porta, com os braços cruzados e o olhar fixo em mim.
A expressão dele era fria, cortante, como se pudesse ler todos os meus pensamentos mais escondidos.
— O que você está fazendo aqui? — Perguntei o encarando.
Ele fechou a porta atrás de si, o som seco da madeira ecoando pelo quarto.
— Essa não é a pergunta certa, Ellie. Aonde está indo com tanta pressa?
Apertei as roupas contra o peito, como se aquilo fosse alguma espécie de escudo.
— Eu só ia trocar de roupa. Não vejo problema nenhum nisso.
Ele deu alguns passos na minha direção, devagar, como um predador cercando a presa.
— Com Thomas entrando e saindo do seu quarto como se fosse íntimo? — a voz dele estava carregada de veneno. — É isso que você chama de “não ver problema”?
Senti meu sangue subir no rosto.
— Thomas é meu amigo, nad