P.V. EDUARDO
– Quantas horas já devem ter se passado? – Gabriel massageou as têmporas.
– Desde que tudo começou ou desde o acidente, ou desde que ela entrou naquela sala de cirurgia? – falei irônico.
Gabriel me olhou com um leve sorriso em seu rosto. Minhas ironias nunca agradaram ele, mas hoje ele parecia estar feliz. Gabriel é meu único amigo por simplesmente conseguir aguentar o meu mau-humor.
Ele não fica com raiva quando sou grosso com ele ou quando deboche das coisas que a maioria das vezes é sobre o trabalho mesmo. Para falar a verdade o Gabriel é muito parecido comigo nesse quesito, a única diferença é que ele consegue se socializar melhor do que eu.
– Estava demorando para esse seu mau-humor começar.
Dou de ombros e continuei caminhando com as mãos no bolso da minha calça.
– Porque você não pega ela e leva para minha casa? Vocês precisam descansar…
– Você mais ainda. – Gabriel me interrompeu.
– Não, eu quero estar aqui quando eles chegarem.
Os pais da Kelly estão a c