Fernanda Mendonça:
Estaciono o carro na garagem dos meus pais, e solto um longo suspiro antes de desligar o motor. Uma semana. Sete dias me esquivando, evitando cruzar olhares, mantendo conversas superficiais...
Seguro o volante com força, preciso criar coragem... Hoje é o aniversário dos gêmeos. Um dia de festa, de família e amigos reunidos... não posso correr como uma covarde, fugindo com o rabinho entre as pernas e me esconder onde ninguém possa me ver.
O encontro hoje é inevitável.
Engulo seco só de pensar nele, não consigo controlar as reações em meu sistema por saber que logo estarei cara a cara com ele.
Desde o beijo – o melhor já experimentei –, tudo ficou estranho entre nós. Se estivéssemos no mesmo lugar, eu ou ele arrumávamos desculpas para sair. Eu era quem mais arrumava, pois está perto dele só me fazia relembrar e ansiar por repetir aquele beijo.
Ao entrar na casa, sou recebida por uma enxurrada de anergia infantil. E antes mesmo de eu dar um passo, dois pequenos furacõe