Capítulo Sete

— Ricardo, eu não estou com cabeça pra ouvir você, só vai embora.

Peço tentando demonstrar um pouco mas de calma, só não consigo entender o por que de ter voltado e continuar em silêncio, eu sinceramente não preciso disso. Não posso mas aturar esse homem mexer comigo, com a minha vida. isso é loucura! tudo isso, simplesmente não posso mas aguentar. Seu olhar é triste sobre mim, de certa forma sei que o magoei, mas ele me magoou muito mas. as coisas não vão ser tão simples assim, pelo menos não como ele pensa. não sou mas a garota que ele conheceu, e ele não é mas o garoto que conheci. agora somos adultos, e temos pensamentos diferentes. vidas diferentes. Deus! ele até mesmo pode ser casado e ter filhos. esse pensamento não me agrada mas é uma terrível possibilidade.

— Clara, você tá bem?

o mesmo pergunta, a preocupação agora incobrindo seu olhar triste. seus olhos fixos nos meus, seu rosto está tão perto do meu, que até mesmo posso sentir sua respiração morna tocae minha face.

— Acho que essa não é a pergunta certa.

Falo tirando suas mãos do meu rosto, mas ele leva uma para a minha testa. Mesmo assim insisto em tirar suas mãos de mim. não posso me permitir sentir seu toque, porque sei que vou querer mas, e não sei se vou conseguir parar.

— Você está queimando em febre.

Diz preocupado me analisando. a preocupação tomando seu rosto, minha mente está vaga. mas ainda tenho meus sentimentos, não posso deixar que Ric, fique mas um segundo aqui. tenho sorte por Adam, ter viajado. ele ficaria furioso em vêr o causador da minha dor aqui, na sua própria casa.

— Ricardo, eu não preciso que você se preocupe comigo, só quero que você saía da minha casa.

Sem mas relutar ele balança a cabeça em forma positiva, e finalmente ele se afasta, dando um passo para fora do apartamento. sinto uma ponta de alívio, mas também de decepção que tenho de ignorar.

— Eu vou agora, mas você precisa me ouvir. Se quer saber toda a verdade me encontre nesse hotel, é onde estou hospedado.

Fala me dando o cartão e indo embora, fecho a porta e me encosto na mesma escorrego nela até sentar no chão, solto um longo suspiro e fico por alguns minutos refletindo. o choque por vêr Ric, novamente ainda queima em minhas veias, o jeito como ele está mudado, mas maduro. Não sei o real motivo dele ter voltado, não quero criar expectativas pensando ser por minha causa, mas meu coração é algo que não consigo controlar. o cartão de visita pesa na minha mão, me levanto é vou indo até o meu quarto, antes de entrar no banheiro deixo o cartão de visita em cima do móvel ao lado da minha cama. ligo a torneira para encher a banheira, deixo torneira aberta, enquanto isso vou tirando minhas roupas molhadas e frias. ando para frente do espelho, meus olhos estão fundos e com olheiras, meu cabelo bagunçado. Minha aparência é de alguém cansado, e pra piorar acho que Ric, estava certo. sinto minha temperatura aumentar mas nada que um banho quente não ajude. Entro na banheira com água morna e sinto um grande alívio em não sentir mas frio, me afundo na banheira e volto a superfície minha respiração está ofegante e alguns fios estão na minha face, passo a mão pelo rosto tirando os fios do mesmo, me encosto na banheira e abraço minhas pernas apoiando a cabeça em meus joelhos, encaro a janela a minha frente e observo a chuva que ficou mas forte do que antes, me pergunto se ele ficará bem lá fora com essa tempestade, balanço minha cabeça em negação e pego um pouco da água na banheira com ambas a mãos e jogo no rosto, preciso afastar esses pensamentos e focar no que tanto quero, esquecê-lo.

Termino meu banho e visto algo quente, não quero que essa febre piore. Me jogo na cama e tento dormir um pouco mas é quase impossível, gostaria tanto que o Adam, estivesse aqui. ele me daria ótimos conselhos. Depois de fica alguns minutos me virando de um lado para o outro, me enrolo no meu coberto é vou andando até o quarto do mesmo, entro no seu quarto vazio e me deito em sua cama. pego seu traviseiro e me encolho abraçando o mesmo quando ouço um trovão. Espero que ele volte logo. Não sei quanto tempo dormi mas quando abro meus olhos vejo a bela Vista de New York a noite pela janela de vidro. a chuva cessou, mas o ceu ainda está coberta de nuvens. rastejo meu olhar para a porta aberta do quarto, me surpreendo quando vejo Adam, sorrindo para mim.

— Você dorme demais, sabia?

Fala o mesmo divertido, sorrio e me descubro indo na sua direção. ainda grogue pelo sono o abraço. Adam, é a única pessoa em que posso confiar. é bom ter ele aqui comigo..

— Acho que essa é a melhor recepção que já tive.

Diz o mesmo, brincalhão como sempre. se divertido com meu estado ainda sonâmbulo ele retribuí meu abraço, me afasto um pouco dele e vejo sua feição mudar de animo para preocupação.

— Meu Deus! Clara, você está queimando em febre.

Fala o mesmo colocando a palma da sua mão contra minha testa, medindo minha temperatura. de forma nada convencional.

— Eu pensei que você só voltaria segunda.

praguejo, a voz arrastada. sinto um pouco de frio, meu corpo está um pouco pegajoso e coberto de suor. sento na cama enquanto ele olha suas gavetas. fico apenas em silêncio observando, vendo seus movimentos ágeis enquanto se movo pelo quarto. me sinto molenga, e extremamente cansada.

— Eu também, mas como terminei tudo lá antes resolvi voltar. Estava morrendo de saudades.

Fala abrindo a última gaveta do seu cômodo, onde acha um envelope de comprimidos. o mesmo saí do quarto por alguns segundos e depois volta segurado um copo com água. Adam, me entrega o mesmo e o comprimido depois senta ao meu lado.

— Então o que eu perdi?

Pergunta sorrindo se deitando por completo na cama, coloco o remédio na boca e bebo toda a água, minha garganta está um pouco seca. me deito ficando ao seu lado e solto um longo suspiro antes de começar a falar.

— Viajei para aquele lugar.

Falo baixo umidecendo os lábios, não preciso falar onde por que sei que ele sabe, acho que não tem nada da minha vida que o Adam, não saiba. somos quase como irmãos gêmeos, não temos segredos e confiamos cegamente um no outro. a ligação que temos é especial o suficiente para que eu veja Adam, dessa forma. como um irmão mas velho, um protetor que sempre posso contar.

— Fizeram um chalé lá, e os donos são um casal de velhinhos muito simpáticos.

Completo. Não sei se devo falar para o Adam, que Ricardo apareceu aqui, e tentou uma reaproximação. Adam, nunca soube lidar bem com essa situação, mas não quero mentir para ele. recordo que quando nos conhecemos foi Adam, que juntou meus pedaços. cuidou de mim em todos os momentos, e fez eu me tornar um pouco do que eu era, e já fui algum dia. por fim decido que ele merece a verdade.

— O Ricardo, esteve aqui.

Falo direta encarando o teto, sei o que ele vai dizer mas de certa forma preciso ouvir isso, para me incentivar mas a esquecê-lo. com Adam, me incentivando sei que posso esquecer Ric, não vai ser algo imediato, mas talvez aos poucos. ele posso so ser uma lembrança ruim. O mesmo fica em silêncio por mas alguns minutos antes de falar, o que estranho um pouco. Adam, sempre foi instantâneamente explosivo quando se trata do assunto Ric.

— O que ele disse?

Me surpreendo com a calma em sua voz, sempre que falei sobre o mesmo Adam, sempre ficava irritado e não queria ouvir, mas agora ele está diferente, sua voz soa calma e passiva.

— Pra falar a verdade, nem eu mesma sei.

Essa é a verdade. não entendo suas intenções, por que voltou se continua tão mistérioso e cheio de segredos. Mas que se bem, ele até tentou falar mas não era uma boa hora para que eu ouvisse, minha mente está confusa fazendo com que as decisões que eu tome não fosse eu que as escolhesse. O mesmo não fala mas nada e estranho sua ação, viro meu rosto em sua direção e vejo que ele dorme, me surpreendo com a facilidade que ele dorme. Ele deve ter trabalhado bastante nesses últimos dias, ou está querendo evitar está conversa. Me levando da cama e pego um coberto no cômodo, cubro o mesmo e beijo sua cabeça antes de sair do quarto. Vou até a sala e vejo que já passam de uma da manhã, desligo as luzes e vou para o meu quarto, sinto meus olhos pesados deve ter algum calmante no comprimido que tomei. Me deito na cama e aprecio a chuva que começa a cair novamente, as gotas não são tão grossas, não demora muito para que eu caía em um sono pesado. Sou acordada pela manhã com o despertador tocando como um louco, faço menção de levantar da cama mas sou interrompida por Adam, que entra em meu quarto carregando uma grande bandeja de comida. minha moral levanta um pouco, e me sinto mas animada do que ontem. noto que meu corpo não está tão quente, imagina que minha febre deva ter baixado.

— Nada disso moçinha, pode ficar ai mesmo. Você está doente e precisa descansar.

suas palavras me atraem. um dia de cuidado e carinho é tudo o que preciso depois de ontem.

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