Eu arfei.Alta.
Desesperada.
Encharcada.
Eu não conseguia me mover.
Eu queria resistir. Eu queria dizer não de novo, só para provocar, só para fingir que eu ainda tinha controle sobre o meu corpo e sobre toda essa situação assustadora e o caos no meu peito. Mas eu não disse. Eu não consegui. Eu fiquei imóvel, as minhas coxas tremendo, meus seios pesados nas mãos dele, e tudo o que ocupava a minha mente era o quanto eu desejava a boca dele.
Eu queria a boca dele em mim.
Não de um jeito vago, sonhador. Não como um pensamento passageiro ou uma vontade para depois. Não. Eu queria com cada terminação nervosa do meu corpo. Eu queria com o meu peito inteiro, com a minha calcinha ensopada, com o calor subindo pela espinha e com a fome retorcendo meu estômago até doer. Meus seios estavam cheios. Doloridos. Como se implorassem pela língua dele. Meus mamilos estavam tão rígidos que doía, e a única coisa que eu conseguia imaginar era como seria finalmente sentir a boca dele de novo — a boca, as mão