A verdade que eu mesma ainda não tinha processado.
Empurrei o peito dele só o suficiente para abrir um espaço mínimo entre nós, as mãos trêmulas, o estômago retorcido, minha mente berrando para eu não dizer aquilo — mas já estava subindo pela minha garganta, sufocando-me com o peso.
— Eu acho que estou grávida — Sussurrei de novo, desta vez mais alto, como se precisasse que ele realmente escutasse.
Eu não sabia que reação eu esperava.
Choque.
Negação.
Pânico.
Mas tudo o que recebi foi calma. A mesma calma aterrorizante que ele usava quando estava completamente, totalmente no controle da situação — e todo o resto do mundo só não tinha percebido ainda.
Ele não se mexeu.
Não piscou.
Não afrouxou o aperto na minha bunda.
Apenas declarou:
— Então está tudo bem, gatinha.
Pisquei para ele, atônita.
Tudo bem?
Tudo bem?
Ele estava falando sério?
Ele tinha entendido o que eu acabara de dizer?
— Eu... como? — Balbuciei, porque meu cérebro parecia travado, igual conexão ruim de internet. — O que v